Trabalhistas chamam Coelho para conseguirem ‘quatro ou cinco’ deputados

O Partido Trabalhista Português (PTP) fez «parceria» com o madeirense e mediático candidato à Presidência da Republico, José Manuel Coelho, e pretende «limpar» a Política dos habituais protagonistas nas Legislativas de 5 de Junho, conquistando «quatro ou cinco» mandatos.

«ninguém explora mais o lado mediático que sócrates, é um produto de marketing. ninguém explora mais o lado mediático do que porventura passos coelho. nós somos o oposto. o sr. josé manuel coelho não é mediático por utilizar imensos recursos, é-o porque as pessoas vêem nele aquilo que elas próprias são. vêem que ele diz e faz aquilo que elas gostariam de fazer», disse em entrevista à lusa o líder do ptp, amândio madaleno.

o antigo deputado regional da madeira pelo partido nova democracia josé manuel coelho obteve 189.918 votos (4,51 por cento) nas presidenciais de janeiro, alcançando o quinto posto, atrás de cavaco silva, manuel alegre, fernando nobre e francisco lopes, enquanto o ptp se ficou pelos 4.974 votos nas legislativas2009 (0,09 por cento), em cinco distritos, concorrendo agora com listas de candidatos a deputados em 19 dos 22 círculos eleitorais.

«penso que o somatório vai ser superior a cada um dos dois individualmente. ele aponta para 20 deputados, eu já ficava satisfeito com quatro ou cinco», disse madaleno, destacando coelho pela «empatia que nenhum outro político tem em portugal» com o povo.

questionado sobre a eventualidade da dramatização do discurso sobre a crise económica poder influenciar os eleitores a adoptarem o «voto útil», optando pelos partidos com assento parlamentar, madaleno defende que a solução passa antes por agentes políticos «de fora do sistema».

«o voto útil seria pensável para uma solução governativa, mas quem é que acredita que o ps, psd ou cds vão resolver os problemas que criaram? eu não acredito. só há duas hipóteses – ou alguém de fora ou novos atores políticos», afirmou.

o líder do ptp acusou ps e psd de «distribuírem sempre os lugares de cargos de gestão (empresas públicas), dois para um, três para outro, consoante quem está (no poder)».

«o nosso défice, em termos financeiros, tem essencialmente a ver com o bpn e as parcerias público privadas (ppp). temos uma posição muito prática. é fácil, em termos jurídicos, é só demandar juridicamente as pessoas que fizeram essas avaliações e junto dos ‘off-shores’ procurar também recuperar esse dinheiro», sugeriu.

relativamente às ppp, madaleno relembrou ter assistido à sua criação, «há cerca de 20 anos, era cavaco silva primeiro-ministro», mas sublinhou que «é impensável um particular pegar no seu dinheiro e construir estradas por todo o país à espera de um dia ter receitas».

«só que se criou a ideia de que o estado é mau administrador. o estado não pode dar lucro. toda a receita que tem é para nos dar o melhor serviço público possível», criticou.