Tradições da Páscoa na Igreja Católica

A principal tradição da Páscoa é o compasso. Esta visita pascal acontece no domingo de Páscoa ou na segunda-feira seguinte e é conduzida pelo pároco que leva a cruz a casa das famílias. É nesta altura que os cristãos são chamados a dar o seu contributo para o sustento do padre, o chamado folar, que…

Esta tradição acontece especialmente nas zonas rurais, embora em algumas paróquias urbanas ainda se realize. Em Sintra, por exemplo, há um padre conhecido por fazer o compasso de mota, levando a cruz a beijar a casa dos paroquianos. 

Páscoa é também tempo de procissões e é na Semana Santa que elas se intensificam. Aqui a simbologia é o caminho que Cristo fez com a cruz até ao calvário, a chamada via sacra, onde são percorridas 14 estações que assinalam os 14 momentos deste percurso desde a condenação até à crucificação. A via sacra faz-se nas aldeias, na rua ou dentro da igreja, mas cada vez mais também no centro das cidades. 

O tempo da Quaresma, os 40 dias que antecederam a Páscoa, também continua a ser marcado pelas tradições, embora com adaptações aos tempos modernos. Aqui a Igreja continua a recomendar o jejum, a oração e a esmola.

Ou seja, os católicos devem privar-se de algumas coisas materiais e fazer sacrifícios, dando o resultado dessa renúncia aos mais pobres. A regra de não comer carne inclui-se nesta privação e vem de um tempo em que a carne era um alimento apenas acessível aos mais ricos. Por isso, apesar de continuar a afirmar que o jejum da carne é obrigatório nas sextas-feiras da Quaresma, a Igreja lembra que o objectivo não é apenas substitui-la por outro alimento qualquer mas fazer uma refeição ligeira. Todo o tempo da Quaresma deve ser vivido como tempo de reflexão e oração.

rita.cavalho@sol.pt