Transmissão da covid-19 aumenta

Segundo o relatório do INSA, o valor médio do Rt entre 18 e 22 de outubro é de 0,98 em Portugal, o que representa um aumento em relação ao período entre 11 e 15 deste mês (era de 0,88).

Transmissão da covid-19 aumenta

O Instituto Ricardo Jorge (INSA), anunciou ontem que o índice de transmissibilidade R(t) do coronavírus SARS-CoV-2 subiu para 0,98 a nível nacional, aumentando em todas as regiões de Portugal continental e na Madeira. 

Segundo o relatório divulgado, sobre a evolução dos casos de covid-19, o valor médio do R(t) entre 18 e 22 de Outubro é de 0,98 em Portugal, o que representa um aumento de 0,88 em relação ao período entre 11 e 15 deste mês.

Esta subida, explica o documento, surgiu após a redução acentuada da taxa de incidência de contágios e do índice de transmissão do vírus. A 1 de outubro,  a situação de alerta em Portugal continental cessou, «o que levou a uma redução do número de testes de despiste do SARS-CoV-2». Perante isso, o INSA reconheceu que a diminuição dos valores da incidência e do Rt podia «não corresponder a decréscimos reais» de casos.

Ainda de acordo com os dados mais recentes do instituto, o R(t) – que estima o número de casos secundários de infecção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – aumentou nas regiões de Portugal continental, estando em 0,89 no Norte, 1,14 no Centro, 0,96 em Lisboa e Vale do Tejo, 0,89 no Alentejo e 0,90 no Algarve. Já as duas regiões autónomas registam um R(t) superior ao limiar de 1, com 1,07 nos Açores e 1,24 na Madeira. Além disso, o relatório adianta que a média de casos a cinco dias está nas 922 infecções diárias a nível nacional, sendo mais baixa no continente (801).

Com o reaparecimento do frio e apesar do surgimento de novas subvariantes da Ómicron ainda deixar muitas incertezas, em conversa com o i  na semana passada, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes acredita que «podemos esperar uma nova onda de casos em novembro».

Para Manuel Carmo Gomes, membro da Comissão Técnica de Vacinação, o órgão com funções consultivas junto da Direção-Geral da Saúde (DGS), o cenário é de «incerteza», já que «são necessários mais dados sobre a evolução do vírus»: «Não sabemos se o quadro clínico destas subvariantes é significativamente diferente dos quadros clínicos que já conhecíamos. Ou seja, não sabemos se as pessoas quando são infetadas têm maior risco de desenvolver doença grave, nem sabemos se essas subvariantes continuam a ter mais impacto apenas nos mais idosos e vulneráveis do que nos mais novos que não têm outras patologias», explicou, garantindo, contudo, que estão neste momento a emergir em todo o mundo uma série de subvariantes da Ómicron «num cenário que nunca foi visto antes». Segundo o epidemiologista, nos últimos meses, esta variante «diversificou-se imenso geneticamente e tem aquilo a que os biólogos chamam uma evolução convergente».