Transplante a criança portuguesa em Madrid correu bem

O transplante de fígado realizado durante a noite de terça-feira e madrugada de hoje à criança portuguesa de dois anos Agnes, no Hospital La Paz, correu «bem» e a paciente está agora em observação, confirmou à Lusa fonte hospitalar.

A mesma fonte explicou que a operação de transplante de um fígado de um dador português começou cerca das 22h de terça-feira, tendo-se concluído cerca das 7h de hoje, hora local (6h em Lisboa).

Segundo a mesma fonte, a criança ficará agora em observação na Unidade de Cuidados Intensivos sendo que, normalmente, a primeira semana depois de um transplante é a que merece cuidados mais acrescidos.

Agnes estava há cerca de três meses em Madrid à espera de um transplante, no âmbito de um protocolo criado para responder à interrupção da actividade do centro de transplante pediátrico de Coimbra.

A família foi informada da existência de um fígado no momento em que estava em La Paz com o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Coimbra, Martins Nunes, que tinha vindo a Madrid para informar da reabertura do centro português.

«Estávamos a terminar as nossas reuniões e a informar que o centro de transplante pediátrico de Coimbra abre no dia 15 quando chegou a notícia de que havia um dador para a Agnes», contou Martins Nunes à Lusa.

Além de Agnes encontra-se ainda no hospital La Paz uma criança de cinco anos que foi transplantada e que está a fazer «exames complementares com vista a ser dada alta em breve».

Em Madrid está ainda outra criança, o João, de 11 meses, estando o hospital a avaliar a possibilidade da mãe ser dadora de fígado.

Martins Nunes deslocou-se a Madrid para agradecer a colaboração do hospitalar La Paz no âmbito do protocolo que nos últimos nove meses permitiu «resolver o problema quando em Portugal o centro de transplante pediátrico interrompeu a sua actividade».

No total foram transplantadas seis crianças (a última delas a Agnes) e tratadas três outras, estando ainda a ser avaliado os caso de João, para perceber se a operação decorre no La Paz ou em Coimbra.

Em todos os casos uma eventual transferência para Portugal está dependente da avaliação clínica da equipa do La Paz.

Lusa/SOL