as comemorações oficiais do 05 de outubro, em lisboa, ficaram marcadas pelo hastear da bandeira nacional com o escudo ao contrário, na praça do município.
“apresentámos a queixa [hoje de manhã no posto territorial da gnr do pinhal novo, distrito de setúbal] tendo em conta uma base legal, que existe no código penal. falo do ultraje de símbolos nacionais, e a bandeira é um símbolo nacional”, revelou à lusa o fundador do tugaleaks, rui cruz.
rui cruz recordou que, “em 2009, o governo do ps quis processar a sic radical [canal de televisão] por ter usado a mesma bandeira ao contrário”.
por isso, “nós achámos que havia meios legais para tentar processar”.
admitindo que é “algo quase inédito” processar o presidente da república e o presidente da câmara municipal de lisboa, rui cruz sublinha tratar-se de “responsabilidades que tem que se apurar e o povo merece uma explicação”.
“não tem que se pedir uma desculpa ao presidente, mas sim ao povo”, afirmou, referindo-se à carta que o autarca antónio costa enviou a cavaco silva, em que pede desculpa pelo “desagradável incidente” e assume as “responsabilidades” pelo sucedido.
a queixa foi apresentada contra cavaco silva e antónio costa, por serem “as pessoas que se assumiram, um como responsável material, por ter puxado a bandeira, outro como responsável moral, tendo assumido a responsabilidade”.
rui cruz admite que o tugaleaks pode fazer “o aditamento de outros responsáveis [à queixa], se os mesmos vierem a público e se assumirem como responsáveis”.
com a queixa, aquele movimento cívico pretende “saber o que é que aconteceu”.
“porque existem equipas, não só da câmara, como também do dispositivo do presidente da república, que tentam garantir a segurança e a legalidade de todos actos que ele faz — são equipas pagas por dinheiro dos contribuintes — e houve esta falta de respeito para com todos os portugueses, ao hastear uma bandeira ao contrário”, referiu.
em setembro, o mesmo movimento tinha apresentado uma queixa, também no posto territorial da gnr do pinhal novo, contra o primeiro-ministro, para demonstrar em tribunal que passos coelho e o seu governo mentiram aos portugueses e exigir a sua exoneração.
lusa/sol