Ukip. A sucessora de Farage aguentou só 18 dias

Diane James queixa-se de falta de autoridade. Farage regressa temporariamente à liderança. 

O velho conhecido líder do UKIP, Nigel Farage, regressou ontem ao cargo de líder do partido antimigração britânico depois de a sua sucessora ter anunciado a sua demissão na terça-feira, apenas 18 dias depois de ter vencido as primárias. 

“Continuo a tentar escapar, mas, antes de me conseguir libertar, eles arrastam-me de novo para dentro”, queixava-se ontem Nigel Farage, confirmando o seu novo cargo de líder interino. 

Diane James anunciou a sua demissão na terça-feira dizendo que não sentia ter “autoridade sufciente ou o apoio de total” de responsáveis partidários e deputados europeus para desempenhar o cargo de líder – formalmente não chegou a sê-lo, segundo informava ontem a Comissão Eleitoral britânica, que dizia não ter recebido a documentação. James anunciou-o horas antes de um grande discurso à sua bancada parlamentar em Bruxelas. 

Fontes do partido ouvidas pelo “Telegraph” e BBC, porém, sugerem outras razões para a sua demissão. Um alto-responsável citado pelo diário britânico diz que Diane James se sentia insegura como líder do UKIP desde que uma pessoa lhe cuspiu depois de vencer as primárias. 

O jornal sugere também que James parece ter perdido o apoio de Farage e de um importante financiador por discórdias sobre quem devia ser o líder regional do UKIP no País de Gales. 

Outros relatos indicam que James nunca desejou a liderança. “Não acredito que ela a quisesse particularmente, ou que tinha paixão por ela, por isso não estou surpreendida”, disse Lisa Duffy à BBC, uma das rivais de James nas primárias. 
Farage demitiu-se depois do referendo que deu a vitória ao Brexit, dizendo que o seu trabalho como líder estava terminado e que queria desempenhar apenas o cargo de deputado europeu. 

Questionado ontem sobre as razões por detrás da demissão de Diane James, Farage respondeu: “Quando se entra para este trabalho, a nossa vida acaba. É o que somos a toda a hora. Acho que ela se apercebeu disso e disse: ‘não é assim que quero viver’.”