Vistos de entrada nos EUA negados a equipa de futebol feminina do Tibete

Os vistos terão sido negados porque “não tinham uma boa razão” para visitarem os Estados Unidos da América

Segundo a BBC, uma equipa de futebol feminino terá tido uma resposta negativa ao pedido de vistos para entrada nos Estado Unidos da América.

As jogadoras, citadas pela BBC, dizem que segundo a resposta que obtiveram "não tinham uma boa razão" para visitar os EUA. A maioria das jogadoras é tibetana, são refugiadas que vivem na Índia, e candidataram-se na embaixada dos EUA em Nova Deli. Sob o governo Trump, os Estados Unidos proibiram temporariamente a entrada de pessoas de sete países. Porém, cidadãos do Tibete e da Índia não fazem parte da lista.

Cassie Childers, diretora executiva do Futebol Feminino do Tibete e cidadã americana, disse à BBC que acompanhou o grupo de 16 jogadores para entrevistas na embaixada a 24 de fevereiro."Estou desapontada porque planejámos a viagem durante meses, foi um grande momento na vida de todas as jogadoras quando foram informadas sobre a viagem, foi a oportunidade de dizer ao mundo que as mulheres tibetanas são capazes de conseguir qualquer coisa", disse Childers. Acrescentou que estava "envergonhada" pelo facto de o seu país recusar-se a conceder vistos a uma equipa de futebol feminina. No entanto, disse que não achava que a negação tivesse nada que ver com o governo de Trump. "Eu temia um resultado como este porque os tibetanos geralmente lutam para obter vistos para os EUA e autoridades temem que eles possam solicitar asilo", disse ela. Ela acrescentou que a sua equipa "estava de bom humor apesar deste incidente". "As jogadoras são muito positivas, eu estava muito abatida, mas elas motivaram-me. Espero que um outro lugar onde os tibetanos sejam bem-vindos nos convide para jogar, senão vamos só reunir-nos numa cidade indiana e jogar de qualquer maneira".

Segundo a BBC, a maioria das mulheres da equipa possuem certificados indianos de identidade, documentos emitidos pelo governo indiano para refugiados tibetanos, que funcionam como passaportes.

Dois membros do grupo continham passaportes indianos.

Outras quatro jogadoras, que vivem no Nepal, e são cidadãs nepalesas, também pediram vistos em Katmandu, mas não terão ouvido resposta das autoridades americanas.

Um funcionário dos EUA disse à agência de notícias AP que não comentavam casos individuais, mas que a posição dos EUA sobre o Tibete não mudou, o que significa que o Tibete ainda é reconhecido como parte da China.

A equipa planejava participar da Copa Dallas, um torneio anual para equipas juvenis de todo o mundo.