Vouchers de ‘A Vida é Bela’ recusados por pagamentos em atraso

Hotéis, centros de beleza e restaurantes estão a recusar ‘vouchers’ de A Vida é Bela por falta de pagamento, uma situação que a empresa não confirma, embora reconheça dificuldades por causa da diminuição do consumo.

«não estou a aceitar vouchers de a vida é bela porque não me pagam o que devem há mais de seis meses. já avisei que não quero renovar o contrato e que quero que retirem a minha casa do site deles», disse à lusa a proprietária de um turismo rural na beira baixa.

a mesma proprietária afirma que já ligou várias vezes para o serviço de contabilidade para reclamar e que, de todas as vezes, lhe é dado um novo prazo, que volta a ser ultrapassado. a próxima etapa, garante, é apresentar queixa.

questionada pela lusa, a empresa a vida é bela afirmou, em resposta enviada por e-mail, que os pagamentos aos parceiros «estão a ser feitos de forma contínua e estão, sem excepção, a ser resolvidos».

«esta situação prende-se com a actual situação económica em portugal que deteriorou, em cascata, a cadeia de consumo», acrescenta.

num hotel em castelo branco, um cliente que ligou para tentar fazer uma marcação para o programa «refúgio a dois» foi informado de que o contrato com a vida é bela estava «suspenso por falta de pagamento».

a responsável adiantou que a dívida ascende a seis mil euros e aconselhou o cliente a contactar a empresa para tentar reaver o dinheiro.

o mesmo conselho está a ser dado por um hotel do centro de lisboa, que não adianta pormenores, afirmando apenas não aceitar “vouchers” provenientes de a vida é bela.

uma empresa de organização de eventos e turismo, que dispõe de várias casas de campo para alugar, e um restaurante em troia são exemplos de outros parceiros que estão a recusar aceitar pessoas com aqueles pacotes, alegando «falhas contratuais» por parte da empresa.

e até em alguns centros de beleza se verifica esta recusa em placards colocados no balcão da entrada com o aviso «não aceitamos ‘vouchers’ de a vida é bela».

uma funcionária de um destes centros contou à lusa que o motivo se prende com uma dívida por saldar.

a vida é bela explica que, «tal como a maioria das empresas nacionais, está a adaptar-se ao decréscimo do mercado de consumo, ao dilatamento dos prazos de recebimento e às alterações da banca».

a empresa esclarece, contudo, que o número de reclamações que tem é residual e que no caso de terem fundamento «é política da marca encontrar sempre alternativas para o cliente ou, no limite, reembolsá-lo».

a deco tem recebido queixas de clientes (e não de parceiros, por serem estabelecimentos comerciais e não consumidores) que não conseguem marcar a «experiência» que compraram à empresa a vida é bela.

de acordo com a associação de defesa do consumidor, de entre todas as empresas que prestam o mesmo tipo de serviço, «a vida é bela é a mais reclamada», tendo sido objecto de mais de meia centena de queixas entre 2011 e 2012.

lusa/sol