Reparei que alguns comentadores ficaram contrariados, e negativamente impressionados, ao notarem que o primeiro-ministro socialista francês, Manuel Valls, em recente deslocação a Portugal e a Lisboa, discordou um pouquinho do seu homólogo anfitrião, Passos Coelho, por causa da austeridade.
Este Governo, apesar de medidas demasiado eleitoralistas de época pré-eleitoral, não hesita em continuar a desvalorizar o trabalho. Agora, o pagamento a horas deixou de ser importante, e os trabalhadores passam para último lugar entre os credores da própria empresa – mas legalmente, e com o apoio da maioria governamental.
Vi com gosto que a Gulbenkian pretende promover cá um programa contra as bactérias resistentes hospitalares, que matam em Portugal muito mais gente do que no resto das Europa. E vi sem espanto que as primeiras medidas previstas são de ordem higiénica.
Parece confirmar-se que o ex-ministro socialista das Finanças Teixeira dos Santos se vai responsabilizar pela actividade bancária do Montepio Geral, enquanto o actual presidente, Tomás Correia, fica à frente apenas da parte mutualista. Uma divisão que seria imposta pelo Banco de Portugal, certamente por razões de peso.
Anda por aí muita gente, defensora do politicamente correcto, indignada por os gays não poderem dar sangue. Há quem ache isto uma discriminação inaceitável.
Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas (que acompanha oficialmente a aplicação do Orçamento), afirmou há dias: “Nunca ninguém disse que a austeridade ia resolver os problemas do País”. E, no entanto, eu ouvi e li pessoas defenderem isso. Tenho até ideia de haver quem defendesse ir-se muito para além do exigido pela troika…
Helena Roseta levou por diante uma obstinada luta contra as isenções de taxas municipais aos clubes de futebol – que, pela minha parte, apesar de adepto de um clube beneficiado, muito agradeço.
E esta de até o primeiro-ministro grego, Tsipras, pretender reunir com um núcleo restrito (Merkel, Hollande, Draghi, Juncker e o inominável presidente holandês do Eurofundo), à margem do Conselho Europeu, para tratar dos problemas entre Atenas e Bruxelas? E depois acabar a ir a Berlim, para reunir sozinho com Merkel – quando os alemães já se…
Havia quem dissesse: “Eu não acredito em bruxas; mas lá que existem, existem mesmo”. E assim parece a lista VIP do Fisco. Ninguém no Governo acreditava nela, alguns desmentiram-na até com veemência – mas entretanto as cabeças começaram a rolar com a dita lista, e com a aceitação do Governo ao mais alto nível. E…
O Público de domingo passado citava uma frase dita pelo filosofo José Gil ao diário i, segundo a qual «(António) Costa está a um passo de não ser o homem de que precisamos». Até poderia estar de acordo. Mas enerva-me esta impaciência com que os portugueses descartam os políticos da Oposição, que não conquistam imediatamente…
Andam por aí a escrever que Portugal se furtou a esta nova onda de partidos, em que descarregam frustrações os eleitores fartos da falta de verdadeiras alternativas politicas nos partidos clássicos. O Bloco de Esquerda até talvez tenha aparecido em Portugal antes do Syriza na Grécia, e do Podemos em Espanha. Só que optou pelo…
A pedido de um neto de Ana Maria Espírito Santo Bustorf da Silva, filha mais nova do banqueiro e coleccionador Ricardo Espírito Santo (1900-55) – uma irmã sua, Mª da Conceição, segundo li no DN, é mãe do polémico banqueiro agora tão falado Ricardo Salgado –, venho aqui rectificar erros de um texto meu sobre…
Não é de agora. Sempre me impressionou que os jornalistas, tão leves na crítica a terceiros, não estejam dispostos eles próprios a ouvirem nada que os incomode. Desta vez, o que me leva a escrever é a reacção de uma jornalista do CM a um insulto de João Lisboeta Araújo, advogado de Sócrates. Mas desde…
Não é para levar à letra, pois os anéis em si talvez se mantenham na família. Mas sim para recordar a frase ‘vendam-se os anéis e mantenham-se os dedos’.
O Expresso noticiou sábado que o FMI está insatisfeito com o eleitoralismo do Governo, e insiste na necessidade de reformas. Muito boa gente sempre acusou o Governo de Passos de ter reduzido as reformas à austeridade para os mais fracos, julgando que podia assim vencer a crises só com os empresários. No entanto, diz-se agora,…
Os jornais têm dado conta de que Passos Coelho está aliviado, por o PS ter deixado passar os seus ‘esquecimentos’ fiscais e da Segurança Social sem maiores dramatismos, parecendo aceitar a sua tese de que isso não é grave.
Belmiro de Azevedo, que agora, aos 77 anos, e self made man assumido, deixa os cargos na sua Sonae, é o caso típico do empresário de Abril, que teve de atropelar uma família tradicional da finança portuguesa, os Pinto Magalhães, para se assenhorear da sua empresa. Foi em 1974, com o apoio de um grupo…
Quando vi a notícia de que funcionários das Finanças vasculhavam indevidamente dados dos cidadãos, associada à de faltas do Primeiro-Ministro, pensei que eram sobretudo os dados dele os vasculhados.