BE quer informações sobre crédito por liquidar da Amorim Energia

O Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre a existência ou não de um crédito, por liquidar, da Amorim Energia ao BPN, referente à compra de uma participação na Galp em 2006.

«confirma o governo a existência de um crédito, por liquidar, da amorim energia ao bpn? em caso afirmativo, qual o seu valor?», questiona o deputado joão semedo em nota endereçada ao ministério das finanças.

o be diz que tomou conhecimento do crédito recentemente através da comunicação social, pelo jornal i, onde foi revelado que «o crédito, na ordem dos 1,6 mil milhões de euros, teria sido concedido pelo bpn à amorim energia em 2006», e que a fonte da notícia acrescentava ainda «que o empréstimo não chegou a ser pago pela ‘holding’ ao bpn, mantendo-se assim a dívida de 1,6 mil milhões de euros» durante o período em que o banco esteve na posse do estado.

a amorim energia, aponta o be, é uma ‘holding’ detida «não apenas por américo amorim» e que tem como accionistas a santoro holding financial, de isabel dos santos, e a sonagol.

«como é conhecido, a santoro holding financial, além de accionista da amorim energia, é também accionista maioritária do banco internacional de crédito (bic), a quem o estado irá vender o bpn», notam os bloquistas.

«desta forma, a venda do bpn, com os seus créditos, ao bic, poderá implicar que o crédito de 1,6 mil milhões de euros seja pago pela amorim energia a um banco que tem como principal accionista a própria devedora», escreve o deputado joão semedo, para quem o caso, a confirmar-se, «acrescenta mais um episódio inaceitável de falta de transparência associado a todo o processo de reprivatização do bpn».

«caso exista, como explica o governo a não execução do referido crédito para fazer face aos prejuízos associados ao bpn, durante os anos em que o banco esteve na posse do estado e foi administrado pela cgd?», questiona.

o be quer também saber que «outros créditos e ativos do bpn, acima dos 50 milhões de euros», foram transferidos «para as sociedades veículos e quais está previsto e acordado com o bic virem a ser transferidos no futuro» e «que outros créditos, acima dos 50 milhões de euros», se encontram no bpn por liquidar.

lusa/sol