«eu acho que as sociedades secretas têm que ser banidas, num país livre e democrático não pode haver sociedades secretas. essas sociedades secretas justificavam-se talvez no tempo do salazar, em que não havia liberdade, agora não se justificam», afirmou josé manuel coelho, em declarações à lusa, em lisboa, onde se deslocou para pedir a reabertura de um processo de corrupção arquivado em 2007 pelo ministério público da madeira.
defendendo que «devia ser obrigatório» os políticos declararem se pertencem à maçonaria, o presidente do ptp-m acusou «essas sociedades secretas» de fazerem a defesa da «corrupção, da alta finança» e de «exercerem tráfico de influência nos tribunais e no ministério público».
«um político que pertence à maçonaria não é de confiança. estão feitos com os grandes senhores do dinheiro e praticam actos que escondem de todos os portugueses, porque se não fosse assim não pertenciam às sociedades secretas», frisou.
sobre a sua deslocação até à procuradoria-geral da república, em lisboa, josé manuel coelho adiantou que se tratou de uma acção para «denunciar a corrupção na justiça portuguesa».
«nós hoje temos uma justiça completamente subordinada aos interesses da classe dominante, não é ao serviço de portugal de abril, não é ao serviço dos portugueses, não é ao serviço da democracia, mas é ao serviço da maçonaria, dos banqueiros e dos grandes senhores do dinheiro e dos ladrões de colarinho branco», disse.
e, acrescentou, porque «a madeira é um feudo que não escapa à regra», na região autónoma a maioria dos magistrados «são corruptos e estão feitos com o poder jardinista, que é a classe dominante».
insistindo nas críticas aos magistrados que são enviados para madeira, o presidente do ptp-m lamentou que a maioria arquive as investigações que a polícia judiciária faz à corrupção.
josé manuel coelho deu como exemplo o «caso paradigmático» de maria cristina pedra, uma empresária madeirense ligada ao negócio da administração do porto do funchal.
segundo o presidente do ptp-m, a polícia judiciária investigou durante um ano uma das empresas de maria cristina pedra – a gest líder – depois de uma denúncia sobre alegadas irregularidades com a utilização de fundos europeus para financiar projectos de formação profissional.
contudo, o processo acabou por ser arquivado pelo ministério público a 15 fevereiro de 2007, acrescentou josé manuel coelho, defendendo a reabertura do processo.
nesse sentido, o presidente do ptp-m entregou na procuradoria-geral da república um pedido para a reabertura do processo contra maria cristina pedra.
lusa/sol