O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) realizou hoje diversas buscas em Lisboa, Porto e Torres Vedras no âmbito das investigações ao chamado “Universo Espírito Santo”. Segundo a Procuradoria-Geral da República, as diligências focaram-se em “três domicílios, um escritório de advogado e instalações de quatro sociedades”.
Segundo o SOL apurou, o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, participou em várias das buscas realizadas durante o dia de hoje.
Numa nota enviada às redações, Ministério Público adianta ainda que nestas investigações foram já “constituídos, onze arguidos, nove pessoas singulares e duas coletivas”. No total, estão em curso sete inquéritos, todos a cargo do departamento que investiga a criminalidade económica mais complexa. Num desses inquéritos encontram-se anexados 220 inquéritos, relativos às queixas apresentadas pelos chamados lesados do Banco Espírito Santo.
A PGR esclarece ainda que, nestas investigações, estão em causa “suspeitas da prática de crimes burla qualificada, falsificação de documento, falsidade informática, fraude fiscal, infidelidade, abuso de confiança, branqueamento e corrupção no setor privado”.
Os inquéritos estão a ser conduzidos por sete procuradores, sendo que foi ainda “constituída uma equipa multidisciplinar de seis magistrados de outras jurisdições”. Uma equipa que intervém apenas em “questões específicas relacionadas, designadamente, com o arresto de bens/recuperação de ativos, questões cíveis e de insolvência”.
Nas investigações ao ‘Universo Espírito Santo’, o Ministério Público é coadjuvado por várias entidades. Segundo a PGR os procuradores são ajudados por uma equipa especial constituída por elementos da Polícia Judiciária, pela Polícia de Segurança Pública, pela Autoridade Tributária, pelo Banco de Portugal, pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e ainda pelo Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República.
Os sete inquéritos encontram-se em segredo de justiça.