SOL & SOMBRA

Quem está ao SOL e quem ficou à SOMBRA. A semana vista por José António Lima.

sol

antónio josé seguro- quase eterno candidato adiado à liderança do ps, chegou enfim a secretário-geral do partido. com uma vitória clara sobre o seu rival, líder parlamentar da velha maioria e candidato preferido do secretário-geral cessante. foi a compensação pelo trabalho de sapa junto das bases socialistas, que o levou a percorrer portugal de lés-a-lés ao longo dos últimos anos. e pela ostracização a que foi sempre votado pelo socratismo.

zeinal bava – a portugal telecom foi a primeira a decretar o fim das acções douradas do estado, no dia seguinte à publicação em diário da república do diploma que dá cumprimento às directivas europeias (e da troika) proibitivas das golden shares. como veio dizer o presidente da galp, ferreira de oliveira, «uma boa performance é a melhor forma de resistir a uma opa»indesejada. nessa matéria, não há melhor exemplo do que o da operadora sediada em picoas, como comprovam os resultados cuja divulgação pública foi propositadamente, e bem, antecipada para a véspera da assembleia geral que pôs fim aos direitos especiais do accionista estado.

sombra

vítor gaspar – o ministro das finanças diz que está «orgulhoso» com as escolhas para a administração da caixa geral de depósitos. não devia. a alteração do modelo de gestão do banco público, passando a contemplar a coexistência de um chairman com um ceo e aumentando o número de administradores não executivos, traduz-se, na prática, na criação de um lugar só para encaixar faria de oliveira e de mais uns quantos para os ‘amigos’. e o argumento de que a cgd, no conjunto, até poupa em ordenados não colhe, porque, pelos vistos, a poupança poderia ser maior. é um mau princípio e um péssimo exemplo.

j. silva rodrigues – o aumento do preço dos transportes está contratualizado com a troika e era inevitável, mas aproveitar a oportunidade, como o fez a carris, para passar o bilhete do elevador de santa justa de três para cinco euros é um exagero injustificável. e que vai, com certeza, ter os seus custos. a ligação entre a rua áurea e o largo do carmo não justifica tamanho preço, por mais bonita que seja a cabina projectada por ponsard ou a vista das plataformas do elevador. é um vergonhoso assalto aos turistas… e não só.

mario.ramires@sol.pt