UE anuncia novas medidas para a energia eólica. Portugal está num bom caminho?

Apesar de estar fora dos primeiros lugares dos rankings europeus, Portugal bateu recordes nacionais de produção eólica no inicio deste ano.

A indústria eólica europeia é uma “história de sucesso” notável, segundo a presidente da Comissão Europeia.

Ao proferir o seu último discurso sobre o Estado da União, em Estrasburgo, Ursula von der Leyen saudou os progressos realizados na frente renovável.

“Mas [a indústria] enfrenta atualmente uma combinação única de desafios”, acrescentou von der Leyen, citada pela Euronews.

“É por isso que vamos apresentar um pacote europeu para a energia eólica, trabalhando em estreita colaboração com a indústria e os Estados-Membros.”

De acordo com uma análise feita pela Euronews, a Dinamarca, a Alemanha e o Reino Unido lideraram historicamente a transição para a energia eólica e continuam a ser potências no setor.

No ano passado, a Dinamarca ficou em primeiro lugar com a maior contribuição da energia eólica para o consumo de energia. A Irlanda ficou em segundo lugar (34%), o Reino Unido em terceiro (28%) e a Alemanha em quarto (26%), segundo dados do grupo WindEurope.

Os projetos eólicos e solares estão em vias de representar mais de um terço da eletricidade mundial até 2030, segundo um relatório do Rocky Mountain Institute (RMI).

Mas, estará Portugal num bom caminho?

Apesar de não constar nos primeiros lugares dos rankings europeus de transição para a energia eólica, Portugal tem tido resultados favoráveis no que toca à produção de energia renovável.

Em abril, mais de metade da eletricidade produzida em Portugal foi solar e eólica. De acordo com um relatório do think tank Ember, a energia eólica contabilizou 35,71% da geração de energia.

Já em janeiro deste ano, tinha batido o recorde de produção eólica. De acordo com a REN, a 16 de janeiro, a produção de energia renovável abasteceu 97% do consumo a nível nacional, destacando-se a eólica com 56%.

Portugal definiu o objetivo ambicioso para 2030 de chegar aos 10 gigawatts (GW) de potência eólica offshore no mar. Para isso, o Governo pretende disponibilizar uma série de leilões eólicos offshore, devendo os resultados ser conhecidos no início de 2024.

De olho neste plano, a Galp anunciou uma aliança com a francesa TotalEnergies, em junho deste ano, para estudar em conjunto “potenciais oportunidades na energia eólica offshore em Portugal”, informou a Galp em comunicado.