Alterações climáticas é tema crítico no negócio segurador

Contribuir para a transição é uma das maiores responsabilidades de uma seguradora. Na Fidelidade, a transformação começa dentro de portas, para influenciar posteriormente o seu ecossistema, e para garantir um impacto positivo na sociedade.

Olhar a sustentabilidade como um todo é obrigatório porque “se não houver mundo, tudo o resto é irrelevante”. Sem visão catastrofista, mas com uma perspetiva pragmática, real e abrangente, João Mestre defende que o setor segurador tem um papel central na transição climática.

“Dizemos que é a batalha das nossas vidas, mas, nos seguros, tudo o que está relacionado com proteção de bens físicos pode deixar de ser viável se não controlarmos e mitigarmos os efeitos das alterações climáticas”, aponta o diretor de sustentabilidade da Fidelidade.

No entanto, o responsável reconhece que este é um trabalho que deve começar internamente, preparando e formando as equipas, para posteriormente apoiar a transição de todos os elementos do seu ecossistema, quer sejam fornecedores da sua cadeia de valor, quer sejam clientes ou empresas nas quais confia os seus investimentos.

“E isso não é só segurar aquelas empresas que são mais verdes, é também ter como clientes e como investimentos empresas que têm ainda de fazer a sua transição, e que são muitas”, clarifica.

Mudança em três frentes

Operações, investimentos e seguros são as três áreas em que a Fidelidade está ativamente a trabalhar o tema da transição climática, com vista a acompanhar o caminho da mudança em todo o seu ecossistema. O primeiro, como explica João Mestre, é o mais simples de endereçar, mas também o que tem menor peso na pegada global de carbono da seguradora.

“Estamos a tomar iniciativas como garantir que a nossa energia é 100% renovável, que a nossa frota automóvel faz a transição para modelos híbridos e elétricos, que fazemos uma redução nas viagens de negócios, entre outras”, revela.

Ainda no caso das operações, o trabalho junto da cadeia de valor é mais difícil, “mas estamos a fazer esse caminho também”, assume o diretor de sustentabilidade. Aqui, explica, trata-se de ajudar os fornecedores a reduzir a sua própria pegada, começando por garantir que é possível quantificá-la para posteriormente trabalhar na sua redução.

Contudo, é nos restantes 95%, correspondentes à pegada das empresas onde aplica os seus investimentos, e dos seguros que comercializa, que o diretor de sustentabilidade da Fidelidade acredita que a companhia pode ter um verdadeiro impacto. Aqui, reforça, “apostamos no engagement com o tema da transição, apuramos se já estão a fazer este caminho, e se estão alinhados com a visão que temos na Fidelidade”.

Na vertente de seguros, o caminho é idêntico. A sensibilização para o cálculo da pegada de carbono, ajudar a concretizar este cálculo “é o primeiro passo que ajuda a encontrar oportunidades de redução imediata”.

Mitigar versus capturar


Concretizar as metas de ser Carbon Net Zero até 2050 é um desígnio global, assumido pelos países signatários do Acordo de Paris, e um objetivo que faz parte da estratégia de sustentabilidade da Fidelidade. Para fazê-lo, o caminho passa por “reduzir tudo o que podemos, e capturar o que não for possível reduzir, dentro e fora da organização”, explica João Mestre. Mas, nesta vertente, a seguradora procura ir ainda mais longe e extravasar o ecossistema em que atua, promovendo iniciativas geradoras de conhecimento para si e para a sociedade. É disso exemplo o Fundo Florestal, um investimento que faz a ponte entre um investimento que tem pouco impacto de carbono e que, ao mesmo tempo, contribui para a sua captura.

“É, acima de tudo, um veículo para gerir a floresta, gerir o ecossistema e garantir que não só o carbono é capturado, como todo o ecossistema é bem gerido.”, sublinha o diretor de sustentabilidade. Até porque, acrescenta, “se o ecossistema for bem gerido, o carbono capturado também é maximizado pelo terreno e pelos animais que o habitam”.

O projeto teve início este ano, com a Fidelidade como investidor único (para já) e avançará em 2024 com a definição da estratégia que captará, acredita João Mestre, a atenção e o interesse de outros investidores, nacionais e internacionais, “até porque este é um tema relevante, com regulação a ser desenvolvida”.

Por outro lado, trabalhar a mitigação, ou seja, a adaptação que toda a sociedade tem que fazer para lidar com as alterações climáticas, levou a seguradora a criar o Center for Climate Change, focado na recolha de dados sobre este tema, um projeto já aprovado pela Comissão de Ética e que une esforços com as universidades para tratar a informação, transformá-la em conhecimento, e colocá-lo ao serviço das empresas e da sociedade.

“Queremos que seja um centro de conhecimento para este tema e acreditamos que é muito importante e que pode gerar bastante valor para a sociedade”, conclui.

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