Bitola: debate aceso na ligação à Europa

Ferrovia: alta tensão no debate sobre bitola ibérica ou europeia entre técnicos e políticos.

Qual o sentido de debater o futuro da ferrovia quando o governo apresenta o orçamento do Estado para 2024, assunto que afeta mais o bolso das empresas e das famílias? Porque, como um antigo Presidente lembrava, há vida além do défice (ou da dívida) e porque é preciso ir além da espuma dos dias. Este poderia ser um assunto muito técnico para especialistas em transportes, mas é uma questão estrutural de economia, geopolítica, soberania nacional e serviço à população.

A opção deste governo pela bitola ibérica na ligação de comboio a Espanha – quando a ferrovia é de bitola europeia a partir dos Pirinéus – está a provocar forte polémica entre engenheiros, economistas, empresários, professores universitários, políticos e especialistas em infraestruturas de transporte e logística. E, sim, vai ter impacto na vida de todos nós.

O debate aceso desta semana ilustra bem a tensão provocada pela reversão do governo Costa de decisões tomadas por executivos anteriores (do PS e do PSD) ou quando se reflecte sobre temas essenciais para o futuro do país como infraestruturas, energia, saúde, imigração ou educação – já abordados nestas primeiras cinco edições.

É possível ver, ouvir e ler no “Sim ou Não” os argumentos de José Carlos Barbosa e Fernando Nunes da Silva (ferrovia: bitola ibérica ou europeia?), bem como os de Pedro Sampaio Nunes e João Manso Neto (energia), Helena Canhão e Adalberto Campos Fernandes (saúde), Gonçalo Matias e Eurico Brilhante Dias (imigração e falta de mão-de-obra) ou Carlos Oliveira e Margarida Mano (educação e digital). Se não leu em papel, pode ver o vídeo destes debates no site ou ouvir em podcast.nosso posicionamento. Ao fim destas primeiras edições, um agradecimento especial aos nossos cronistas que, de forma generosa, apoiam o “Portugal Amanhã” e partilham conhecimento também em conversas para ouvir no podcast “Pensar Amanhã”.

Na rubrica “Sucesso.pt”, conhecemos melhor a visão estratégica para o país, o estilo de liderança, as dificuldades superadas e o modelo de negócio de empresários e gestores como Nuno Rangel (Rangel Logistics), Rui Miguel Nabeiro (Delta), António Portela (Bial), Ricardo Costa (grupo Bernardo da Costa) e José Germano de Sousa (grupo Germano de Sousa). Representam uma nova geração (na casa dos 40, em geral) que lidera empresas portuguesas com dimensão internacional e, não por acaso, de base familiar.

Felizmente, como veremos nas próximas edições, há mais casos de sucesso também de empresarios(as) e fundações / entidades da sociedade civil que, tal como nós, pensam o país a 20 anos e acreditam num futuro viável para Portugal.

luis.ferreira.lopes@newsplex.pt