Ética é um valor, uma prática, uma atitude que define uma pessoa, uma organização ou uma sociedade. Por estes dias de abalo sísmico na política lusitana, devido à investigação judicial sobre o caso do lítio que levou à demissão do primeiro-ministro, António Costa, é normal que se evoque a relevância da chamada ética republicana.
Na verdade, esta palavra não é um exclusivo do regime republicano, porque também existe nos regimes monárquicos, mas falamos dela quando consideramos que há limites da decência política e moral que não devem ser transpostos como, por exemplo, práticas de corrupção ou abuso de poder e isso aplica-se a todos(as) dirigentes que, num determinado período e contexto, têm acesso a informação privilegiada e dela tiram proveito, de forma ilegítima e ilegal. Não importa se a prática antiética vem de um ministro, um presidente de câmara, um chefe de gabinete, uma secretária ou um familiar de um titular de um órgão de soberania. O abuso de poder na Política deve ser investigado e punido, tal como sucede nas empresas quando há uso indevido do acesso a informação que tem um valor financeiro elevado.
Nesta edição, entrevistamos o ministro da Economia e do Mar, antes da notícia da investigação do Ministério Público sobre membros do governo, e António Costa Silva aborda a relevância de temas como Web Summit, I&D, investimento público, políticas públicas para hidrogénio, lítio para baterias ou energias renováveis, além da situação de empresas como a EFACEC e a TAP. O (ainda) ministro mostra-se preocupado com a evolução da economia europeia e portuguesa, após uma retração de 0,2% no terceiro trimestre, e a possibilidade de recessão técnica neste segundo semestre, mas também partilha sinais de esperança nas empresas exportadoras e que são o verdadeiro motor da economia portuguesa. É uma entrevista num formato especial do “Sim ou Não” que é possível ver em amanha.pr e na Euronews (canal Youtube).
De esperança num futuro melhor para milhares de jovens estudantes falámos como o dean da NOVA SBE. Pedro Oliveira revela quais são os fatores críticos de sucesso de uma escola pública financiada maioritariamente por patrocinadores privados e que tem obtido resultados excepcionais no panorama universitário português. Nesta edição, o Sucesso.pt analisa, pela primeira vez, entidades não empresariais que casos de excelência em português. Felizmente, não faltam casos de sucesso de empresas que criam riqueza e emprego e têm escala internacional, mas é altura de dar a conhecer o que diferencia uma organização académica que é motivo de orgulho para portugueses e para os muitos estrangeiros que estudam ou já estudaram no campus de Carcavelos. A entrevista também pode ser vista no site e na Euronews.
Por fim, mas não menos importante, recomendo a leitura das crónicas do economista António Nogueira Leite sobre despesa pública e reforma do Estado e da professora Carina Oliveira sobre turismo e o desafio das qualificações nos setores público e privado. Em suma, apesar da confusão política em que mergulhou São Bento e Belém nos últimos dias, há um país real de homens e mulheres que põem a economia a crescer e a sociedade a desenvolver-se, com boas práticas e com fasquia alta. A ética é também res non verba: actos e não palavras. E há motivos para esperança num país bem melhor.