Quando partimos para eleições legislativas e temos vários e graves problemas estruturais por resolver, o que esperamos dos partidos políticos e das entidades da sociedade civil que pensam o país é a apresentação de novas ideias e propostas concretas de solução de problemas que se arrastam há longos anos. A urgente (re)avaliação dos trabalhadores e dos organismos da administração pública, numa área tão relevante da despesa pública (na qual é prática corrente a aplicação de aumentos generalizados e quase indiferenciados) é uma das questões de fundo num país onde o Estado tem um enorme peso na economia e emprega cerca de 745 mil pessoas.
Nesta edição do “Sim ou Não”, Pedro Martins (professor da NOVA SBE e ex-secretário de Estado do Trabalho do governo Passos Coelho) debate o tema da avaliação das carreiras e organismos públicos com Arménio Carlos, ex-secretário-geral da CGTP-Intersindical. A discussão vai muito além da atual conjuntura política e social porque a proposta destes debates é a reflexão de modelos inovadores e soluções para problemas estruturais que sucessivos governos empurram com a barriga ou revertem medidas de anteriores executivos. Arménio Carlos e Pedro Martins admitem que é cada vez mais difícil atrair e contratar profissionais altamente qualificados para a administração pública devido às questões salariais, de reconhecimento do trabalho desempenhado e de avaliação pelo mérito e pelos resultados, o que se deve aplicar também aos organismos da administração central, regional e local; ou seja, a todo o Estado.
Este momento político, inesperado quanto à demissão do primeiro-ministro e dissolução parlamentar, é uma boa oportunidade para conhecermos melhor a SEDES, uma organização cívica e política que está na génese da Democracia da III República e que se tem reinventado, tornando-se mais próxima das pessoas no território nacional e da diáspora.
Álvaro Beleza defende uma profunda reforma do sistema político e eleitoral e a sua argumentação sólida (com pensamento livre e sem agendas escondidas, o que não é habitual, infelizmente, hoje em dia) convoca-nos à reflexão e à participação ativa enquanto cidadãos da Polis, num país que precisa de crescer bem mais para gerar maior riqueza e mais empregos. Tal como aconteceu na edição anterior, o Sucesso.pt analisa uma entidade não-empresarial porque é relevante conhermos fatores diferenciadores de organizações de excelência que fazem a diferença no país. São entrevistas que pode ver em amanha.pt e na Euronews (canal youtube) e também ouvir em podcast.
Recomendo ainda as crónicas de Pedro Sampaio Nunes (energia) e de Alexandra Bento (saúde /nutrição) e a reportagem sobre as propostas de técnicos e empresários do projeto Tejo, para resolver o grave (e pouco conhecido) problema de água no Ribatejo e Oeste.
luis.ferreira.lopes@newsplex.pt