Mário Ferreira: “Temos tudo para saltar para o top 10 europeu”

Mário Ferreira, CEO da DouroAzul, deixa a sua visão para o país daqui a 20 anos.

Como gostaria que estivesse o país nos próximos 20 anos?
MF — O que eu gostaria e o que vai acontecer são duas realidades diferentes. Os empresários dinâmicos e empreendedores têm normalmente visões que não são tão fáceis de concretizar. Depois, precisa de ter quem faça, quem execute e também precisa ter uma política que não estorve e que consiga colocar os ventos de feição para os rumos que podem ser traçados. Como nós nunca saberemos qual vai ser o vento da política, é difícil ver o que poderá ser o 2043, 45 ou até o 2050.O país tem uma base humana boa, uma nova geração muito bem formada e que deveria ser mais bem aproveitada. Temos um problema de natalidade que, politicamente, deveria estar a ser agarrado e tratado hoje e não está a ser. Esse é o problema que eu vejo para daqui a duas décadas. Portugal não é um país que tenha mais dificuldades do que a Irlanda, mas deveríamos ver o que é que aconteceu na Irlanda (um país com as nossas dimensões, até ao nível populacional) e onde está em termos de riqueza e onde está Portugal.

Tem um crescimento maior.
MF — Temos a base criada para dar um salto grande e saltar para o top 10 europeu, em vez de termos saído do top 20, como saímos dos países mais ricos da Europa. Acredito que isso será possível. Para isso, precisamos de gente que faça, gente com garra e ideias e de políticas adequadas.

Precisamos de uma atitude menos Calimero?
MF — Somos um país que gosta muito de fado e, felizmente, começa a gostar de outro tipo de músicas, mais energéticas e mais felizes. A nova geração será a grande aposta das próximas duas décadas. Temos de acreditar nos jovens e tentar convencê-los a que eles acreditem em Portugal. O grande objetivo de quem está com mais de 50 é fazer com que os que têm 20 e poucos acreditem em Portugal. Não fujam.