01/12/2023: há coragem para restaurar Portugal?

Serviço militar deve voltar a ser obrigatório? E se houvesse mobilização: quem lutaria pelo país?

O 1º de dezembro simboliza a coragem de lutar pela independência de uma nação e de um povo, por maior e mais forte que seja o invasor. Foi assim em 1640, quando os conjurados e o povo aclamaram rei D. João IV (e instituíram a dinastia de Bragança que liderou o país até à implantação da República) e foi assim no combate luso-britânico às tropas francesas ao serviço de Napoleão, no início do século XIX.
Hoje, as ameaças são diferentes, mas os conceitos de soberania, defesa e segurança devem ser levados a sério porque são muito mais do que palavras proferidas na TV por militares ou especialistas em política internacional, a propósito da invasão russa à Ucrânia (há quase dois anos) ou do conflito israelo-palestiniano, em Gaza. A ameaça terrorista na Europa, o tráfico de seres humanos dentro e fora de fronteiras nacionais, o aumento da tensão política e social mesmo aqui ao lado (devido às pretensões separatistas na Catalunha e à posição do líder do PSOE), o cenário de nova recessão e a sensação de paz (podre) que não dura para sempre obrigam a reflexão.
Portugal possui um dispositivo militar profissional (que necessita de reforço de meios), mas, num cenário de conflito na Europa e de necessidade de mobilização civil, o Estado e a sociedade estariam preparados para acolher nos quartéis (muitos ao abandono pelo país) milhares de homens e mulheres e treinar civis para a guerra?
Em 2004, há perto de 20 anos, terminou o serviço militar obrigatório, sobretudo por pressão das juventudes partidárias. Hoje, perguntamos se a instrução militar seria ou não útil a jovens (e não só), bem como a todo o território nacional, e o que é preciso alterar no atual dispositivo das Forças Armadas. Por altura da evocação do 1º de dezembro, este é o tema do “Sim ou Não”, com Francisco Proença Garcia (professor universitário) e Marcos Perestrelo (ex-secretário de Estado da Defesa), a ver em Amanha.pt e Euronews.
O combate patriótico das empresas familiares (micro e PME’s, na maioria) contra a carga fiscal, injusta e brutal, entre tantos outros custos de contexto (criados e não resolvidos pelo Estado português, como noticiamos desde a primeira edição), é ilustrado pelo caso da Gelpeixe, liderada por Manuel Tarré, empresário que encabeça a luta contra o IVA a 23% em produtos alimentares congelados, num país cada vez mais pobre.
A opressão fiscal sobre o setor agroalimentar é também analisada, com acutilância, nesta edição por Nuno Fernandes Thomaz (presidente da Centro Marca). Neste 1º de dezembro do ano da graça(?) de 2023, há ainda tempo para lições de gestão sobre a História de Portugal. Paulo Simões (líder de uma reputada empresa de head hunting) surpreende-nos com o que podem líderes das empresas e organizações aprender com a restauração de 1640, quando faltam só 20 anos para os 900 anos do momento fundador de Portugal.

luis.ferreira.lopes@newsplex.pt