Água reutilizada: uma solução sustentável de futuro que já é realidade

O tema da seca e consequente escassez de água é recorrente em Portugal. Uma boa notícia é que além de um consumo mais racional, podemos reutilizar águas residuais com total segurança e reaproveitá-las para usos não potáveis. Saiba como as Águas do Tejo Atlântico estão a inovar e a promover a reutilização dos recursos hídricos

Sabia que de toda a água existente no planeta apenas cerca de 1% é adequada ao consumo humano? Setenta por cento da superfície terrestre é coberta de água, mas a grande maioria é salgada. Somente 2,5%, aproximadamente, é água doce, no entanto, a maior parte dela (estima-se 1,5%, sensivelmente) encontra-se na forma gelada nas calotas polares e nos glaciares. Apenas cerca de 1% da água doce está disponível em estado líquido nos rios, lagos, aquíferos e vapor, destinando-se não só a consumo humano como também alimenta a indústria, a agricultura e outras atividades que fazem parte do nosso quotidiano.
A água é, por todas estas razões, um bem escasso e ao mesmo tempo vital. O acesso a água potável constitui um direito humano fundamental, contudo, e de acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de um quarto (dois mil milhões) da população mundial não dispõe de água potável segura.
Por outro lado, a sua utilização tem vindo a aumentar globalmente perto de 1% ao ano nas últimas quatro décadas e deverá continuar a crescer a um ritmo semelhante até 2050, impulsionado por uma combinação de crescimento demográfico, desenvolvimento socioeconómico e evolução dos padrões de consumo, tanto ao nível coletivo como individual.
As pessoas, embora sensibilizadas para os problemas relacionados com a água, revelam dificuldade em passar da preocupação à ação. Num estudo recente promovido pelas Águas de Portugal (AdP) sobre as Atitudes e Comportamentos Face à Água, os portugueses demonstram consciência ambiental, mas reconhecem que desperdiçam, até porque ainda têm uma perspetiva de abundância deste recurso atualmente, o mesmo não acontecendo no futuro.
Importa, assim, proteger e conservar os recursos hídricos com ações de longo prazo, numa base de circularidade e sustentabilidade para garantir haver água disponível para as gerações futuras.

E se a água que utilizássemos não viesse diretamente da torneira?
A reutilização de águas residuais constitui uma técnicas segura que já é uma realidade em muitos países. Ajuda a aumentar a disponibilidade deste líquido tão raro quanto precioso, sobretudo para fins não potáveis, como lavagem de ruas e de unidades industriais, combate a incêndios e regas na agricultura e de espaços verdes, de que são exemplo o relvado que recebeu a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, campos de golfe e de futebol, e jardins.
A novidade para muitos é que em Portugal já se fabrica esta água. Todos os anos, sob a marca água+, que materializa o conceito ApR (água para reutilização), a empresa Águas do Tejo Atlântico, a qual integra o Grupo Águas de Portugal, recicla 2,6 milhões de metros cúbicos que podem servir aqueles propósitos. A sua aplicabilidade prática já lhe valeu, inclusive, um galardão. Os “Water Europe Awards 2023” distinguiram a Águas do Tejo Atlântico ao reconhecerem o projeto “Rega sustentável com água+ no Parque das Nações”, na categoria “Prémio de Tecnologias e Infraestruturas de Água”.
Também os portugueses dão luz verde à reutilização de água. No inquérito da AdP já referido, mais de 90% dos cidadãos estão predispostos a aceitá-la e até esperam que o processo de reutilização seja rapidamente ativado.
Para a empresa multimunicipal de saneamento impõe-se continuar a trabalhar para simplificar os processos de tratamento de águas residuais, otimizando o consumo de recursos e valorizando as matérias-primas ao reintegrá-las na economia e na sociedade.
Segundo Nuno Brôco, presidente da Águas do Tejo Atlântico, será precisamente “na otimização do consumo, no correto uso das diversas origens e da maximização do aproveitamento dos seus valores diferenciados que estará a chave do sucesso de uma gestão de recursos hídricos integrada e sustentável num país como Portugal”.

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