O país que mete água… e nem sabe aproveitá-la

Dessalinizar é uma das soluções para a falta de água doce, um problema grave que é urgente enfrentar.

Água é vida e, como tal, não deve ser desperdiçada. Depois de longos anos de seca (e quando Portugal e o mundo inteiro sentem e debatem as alterações climáticas), este é o momento de desenhar novas políticas públicas e medidas urgentes para a gestão dos recursos hídricos.
Portugal não é eficaz no combate a perdas da ordem de 50% na rede de abastecimento de água potável (entre a captação, tratamento e chegada às torneiras das nossas casas); hesita há longos anos na reutilização; e falha redondamente numa maior retenção da água dos rios e da chuva, quando os solos estão secos e em erosão, de norte a sul do continente, ou quando a água salgada do oceano sobe o Tejo de Lisboa até Valada, no Cartaxo, quando a maré está cheia.
Uma das soluções passa pela dessalinização em Portugal continental, projeto que, finalmente, deverá avançar no Algarve, região que já desespera por água para consumo doméstico e agrícola. Por isso, no “Sim ou Não”, perguntamos a especialistas: o país deveria ter, pelo menos, 30% da água com origem em dessalinizadoras? Com tanta água disponível ao longo da costa atlântica, deveríamos planear melhor as próximas décadas (de cenário de desertificação crescente) e investir na dessalinização, seguindo o exemplo de Israel, Austrália ou Singapura? Temos a água como um bem adquirido e não valorizamos devidamente esse recurso porque a tarifa está, regra geral, abaixo do preço de custo? Vamos ficar de braços cruzados à espera que chova e depois, quando chove, nem sequer sabemos reter e aproveitar a água?
Joaquim Poças Martins e José Pedro Salema sabem do que falam e trocam argumentos, sem papas na língua, sobre o tema estratégico da água – um debate que pode ver na Euronews e em amanha.pt e ouvir em podcast. E porque estamos na semana da COP28, vale a pena refletir sobre o que está em causa com os contributos de Rogério Campos Henriques (no Dubai) e de Carla Baltazar.
A Europa tem também uma palavra a dizer nas questões ambientais que tanto preocupam a juventude e a presidente do Parlamento Europeu veio a Lisboa responder às perguntas de jovens portugueses, a convite da FFMS. Desafiámos o seu presidente a destacar as principais preocupações de Roberta Metsola e dos jovens que participaram no evento e GonçaloMatias brinda-nos com a sua crónica. Sobre política e poder, entrevistamos Brian Klaas sobre corrupção, tema tão atual no pântano lusitano.
A líder de outra importante fundação portuguesa (Serralves) revela-nos o segredo do sucesso desta organização que é financiada maioritariamente por fundadores e mecenas privados. Quando tantos apelam ao Estado (que somos nós) para resolver os seus problemas, Ana Pinho mostra a sua fibra na conquista de novos financiadores e públicos, numa entrevista que vale a pena ver: Amanha.pt e Euronews.

luis.ferreira.lopes@newsplex.pt