Mudar símbolos do País, em nome de quê e quem?

Que país é este com complexos da História, agenda woke de género e raças? A ideologia tem limites.

O governo decidiu alterar o logótipo ou a imagem institucional da República, em vários suportes comunicacionais.
Da bandeira do regime da Republica (instituída em 1910) desaparece a esfera armilar (que simboliza os Descobrimentos) e também o escudo (presente na bandeira de Portugal desde meados do século treze), com os sete castelos (que representarão sete cidades conquistadas no reino dos Algarves) e as cinco quinas (que simbolizam as cinco chagas de Cristo ou cinco reis mouros que D. Afonso Henriques terá derrotado na batalha de Ourique). Há uma simbologia histórica que vem de séculos de monarquia e que até a República manteve em parte.
Agora, neste final de governo da III República de António Costa, as cores verde, encarnado e amarelo surgem em forma de dois retângulos verde e encarnado e um círculo amarelo, no meio e o objetivo alegadamente é, e estou a citar, responder “de forma mais eficaz aos novos contextos” da comunicação digital e que passa a “representar o governo da República portuguesa”, símbolo que estará “omnipresente na administração pública”, lendo-se ainda que a “nova imagem é mais inclusiva, plural e laica”.
O Estado português pagou 74 mil euros a um designer contratado em setembro e a polémica está instalada porque esta nova identidade gráfica foi tornada pública.
É este o tema em debate nesta edição, em que questionamos: é ou não tabu mexer em símbolos nacionais? O governo tem legitimidade para alterar logótipos ou outros elementos gráficos que representam símbolos nacionais? Em confronto estão Carlos Coelho, fundador e presidente da Ivity e designer, que tem promovido a reflexão sobre a marca Portugal, e Paulo Fidalgo, também especialista em marcas, presidente da consultora Marketividade, que tem feito campanhas da AICEP, e ex-diretor de marca e comunicação do MillenniumBCP.
Na rubrica Sucesso.pt falamos sobre construção – não de marcas, nem de símbolos -, mas de edifícios. É o caso do Grupo Casais, especializado em Engenharia e Construção, presente em 17 países e com uma faturação de 700 milhões de euros. O CEO da empresa, António Carlos Rodrigues, fala sobre a aposta no maior uso da madeira, da técnica off-site e do legado deixado pelo avô.
Numa provocação alusiva à época festiva que se aproxima, Nuno Alvim afirma que “este Natal, quer escrutínio nas instituições”. Uma crónica acutilante que corre a pente fino as situações de falta de transparência nas decisões públicas.
Vale ainda a pena ler a crónica (e ouvir o podcast) com o advogado Carlos Batista Lobo sobre o desequilíbrio entre o Ambiente e Economia, um trade-off que pode estar a inverter-se.