Agenda de crescimento, precisa-se!

Inovação, conhecimento e criatividade são as palavras chave na criação de valor global.

O futuro da economia portuguesa depende cada vez mais da capacidade das fileiras económicas e das suas empresas apostarem numa agenda de crescimento. Apesar da crise internacional que se tem acentuado nos últimos tempos, importa destacar a dinâmica de inovação que vários setores têm sido capazes de protagonizar, como é o caso do turismo, das tecnologias, da saúde, entre outros.
O crescimento não se determina por decreto e torna-se cada vez mais um imperativo envolver os diferentes atores económicos numa agenda focada na criação de valor sustentado para o futuro.
Segundo várias análises feitas, sinalizam-se vários pontos associados a esta estratégia: a dimensão sustentada do crescimento (aumento do número de empresas, reforço do volume de negócios e melhoria do capital investido), a aposta na inteligência económica (associada a uma gestão colaborativa da cadeia de valor, em articulação com os principais stakeholders) e o exemplo de uma boa prática, assente no papel de intermediação inteligente como plataforma de apoio à inovação e internacionalização como vetores centrais para a competitividade da fileira.
Crescer com redes internacionais focadas no valor é determinante. O sucesso do crescimento das nossas empresas é fundamental para o futuro do país. É um objetivo que tem que ser assumido como um verdadeiro desígnio nacional. É fundamental que a nossa economia agarre a verdadeira aposta estratégica coletiva para os próximos anos. O que está verdadeiramente em causa em tudo isto é a assunção por parte do país dum verdadeiro desígnio estratégico de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento económico.
Inovação, conhecimento e criatividade são as palavras chave de uma estratégia centrada na criação de valor global com efeito no emprego e riqueza. Uma ambição que implica um verdadeiro sentido de inteligência coletiva que seja um desafio com mobilização e participação.
A preocupação em envolver os atores de inovação neste processo fará a diferença. Também nesta área muito interessante e inovador é o exemplo de alguns setores ao reforçarem as ligações com centros de competência e de tecnologia que possam acrescentar valor em termos das novas soluções propostas para os mercados.
A qualidade de produtos e serviços apresentados pelas empresas nos diferentes mercados é a melhor demonstração do sucesso desta política de inovação aberta desenvolvida pela fileira.
Também na área do turismo a aposta no conceito de experiências e na qualidade dos serviços tem ajudado a melhorar o nível de perceção junto de mercados cada vez mais exigentes e competitivos.
A economia portuguesa precisa de um novo choque. E compete às fileiras e às suas empresas a liderança do processo de mudança. Impõem-se exemplos capazes de projetar no país uma dinâmica de procura permanente da criação de valor e aposta na criatividade.
Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem é capaz de antecipar as expectativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, os bons exemplos – como é o caso do turismo – não podem demorar. Têm que ser a base do futuro que queremos que seja já hoje!

Economista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade