Dia da Mulher: igualdade, com ou sem quotas?

Opinião, debate, entrevistas. Tudo no feminino (à excepção do editorial), nesta edição “Dia da Mulher”

As mulheres portuguesas ocupam cada vez mais lugares de liderança em empresas nacionais e multinacionais, estão agora mais nos conselhos de administração (sobretudo como não-executivas) e são a maioria no ensino superior, saúde, justiça e outras áreas estruturais para o país. Mas os lugares de topo são ainda ocupados, maioritariamente, por homens.

Muitas mulheres que têm lutado pela igualdade de género admitem que as quotas são um mal necessário e alertam que há muitos outros temas a debater na sociedade, até porque não é por decreto que se muda o comportamento de uma sociedade ou uma economia.

Esta edição do “Portugal Amanhã”, no simbólico dia 8 de março, é dedicada às mulheres portuguesas que acreditam que é possível um país bem melhor, sem desigualdade salarial por uma questão de género, com valorização do mérito (independentemente do sexo) e com maior equilíbrio na repartição de tarefas em casa. Por isso, à excepção deste editorial, a opinião, o debate e a entrevista “Sucesso.pt” são escritas por mulheres ou têm como protagonistas empresárias ou líderes de diversas organizações.

O debate “Sim ou Não” espelha as principais questões que a sociedade quer ver discutidas, sem bandeiras feministas, mas com uma saudável agenda de promoção da cidadania e equidade. Sandra Ribeiro, jurista e presidente da CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, troca argumentos com Helena Canhão, médica e Dean da Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa, num debate que pode ver em Amanha.pt, Euronews e ouvir em podcast. Nas mesmas plataformas, pode ver também a entrevista “Sucesso.pt” a Emília Vieira que, a partir de Braga, gere a Casa de Investimentos, desde 2010, luta por uma sociedade com maior literacia financeira e não poupa críticas à banca tradicional.

Nesta edição especial, sugiro ainda a visão de Helena Paínhas sobre liderança no feminino – e da gestão de uma empresa familiar do setor da energia, a partir de Viana do Castelo (entrevistada por Diana Gomes) – e a leitura de três crónicas, pela pena de três mulheres.

Sofia Tenreiro, partner da Deloitte, escreve sobre os desafios da Inteligência Artificial para a sociedade e também para a contratação de pessoas. sem m discriminação. Carla Baltazar, gestora e mentora (ex-Accenture), reflecte sobre o equilíbrio entre vida profissional e familiar e como podem as empresas beneficiar desse melhor desempenho. E Fernanda Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados, defende que é preciso investir mais nas pessoas para termos melhor Justiça em Portugal.
Creio que as mulheres portuguesas já não precisarão hoje de sistemas de quotas no Estado ou nas empresas privadas para se imporem pelo talento, trabalho e mérito, mas remeto a minha opinião para o podcast da “Bússola”.

luis.ferreira.lopes@newsplex.pt