Durão perde privilégios

Aceitar o lugar de presidente não executivo do Goldman Sachs tem um preço. Jean-Claude Juncker anunciou hoje que Durão Barroso deixará de ter direito aos chamados “privilégios de passadeira vermelha” que são concedidos aos antigos presidentes da Comissão Europeia. Durão passará a ser tratado como qualquer outro lobista em Bruxelas.

A notícia é avançada pelo Financial Times, que explica que o atual presidente da Comissão já avisou que o ex-primeiro-ministro português  "será recebido na Comissão não como antigo presidente mas como representante de um interesse e será sujeito às mesmas regras".

Além disso, segundo o jornal Juncker, estará a analisar o contrato que liga Durão a uma das maiores instituições financeiras do mundo, tendo ao mesmo tempo enviado ao seu antecessor um pedido de esclarecimento para que este deixe claro quais são as funções que desempenha e em que qualidade se dirigirá às instituições europeias

Jean-Claude Juncker terá pedido a Emily O'Reilly, Provedora de Justiça Europeia e responsável por supervisionar questões de ética na Europa, para solicitar a Durão Barroso "esclarecimentos acerca das suas novas responsabilidades”, bem como dos “termos de referência do seu contrato".

Juncker quer um novo parecer da comissão de ética da instituição que dirige sobre as funções efetivamente desempenhadas por Durão, apesar de este organismo já ter afirmado num anterior parecer que não há qualquer conflito de interesses relacionado com a aceitação do cargo no Goldman Sachs, uma vez que decorreram os 18 meses previstos nas regras europeias como período de nojo entre a saída do lugar na Comissão Europeia e o contrato celebrado com o banco.