Costa evita responder a aviso do BE

Sobre o fim da limitação dos salários na administração da Caixa Geral de Depósitos

Costa evita responder a aviso do BE

António Costa deixou sem resposta um aviso sério feito esta tarde por Catarina Martins sobre o fim da limitação dos salários na administração da Caixa Geral de Depósitos. A líder do BE tinha deixado claro que "para o BE não é o assunto encerrado", mas o primeiro-ministro não fez qualquer referência ao tema.

Costa preferiu dar resposta às preocupações de BE, PCP e PEV sobre o acordo comercial com o Canadá, assumindo que sendo que considera que a "globalização é um dado", importa assegurar a "regularização da globalização".

"A política comercial da União Europeia é essencial na regulação da globalização", argumentou em resposta às críticas da esquerda sobre a forma como Portugal perde soberania nestas negociaições em bloco através da Europa.

António Costa sublinhou a ideia de que Portugal tem a ganhar em associar-se a esta negociação através da União Europeia, frisando que a parte em relação à qual a negociação é conduzida pela União Europeia já faz parte das competências que Portugal aceitou transferir para a Europa há uma outra "componente que terá de ser ratificada aqui nesta Assembleia da República".

De qualquer modo, acredita Costa, o país só tem a ganhar com o peso negocial que a Europa pode conseguir. "Se a UE falhar nisto, nunca seria qualquer Estado-membro a obtê-lo isoladamente", afirmou, fazendo questão de separar o acordo com o Canadá daquele que estava em negociação com os Estados Unidos.

"Este acordo é bastante diferente do TTIP", declarou, defendendo que a maior diferença "tem que ver com a forma de resolução de conflitos", já que "prevê a existência de um tribunal permanente designado pelos Estados e não por privados".

"A negociação entre blocos protege-nos mais do que uma situação em que estivéssemos isolados a negociar com os Estados Unidos, o Canadá ou o Japão", concluiu.