Jerónimo explica o que fará durar o Governo

“Este Governo e a sua política irão tanto mais longe quanto mais atenderem às reivindicações, às aspirações dos trabalhadores e do povo”

Jerónimo de Sousa é claro na análise ao que poderá fazer durar o Governo das esquerdas. Num discurso ontem em Ponta Delgada, o líder comunista explicou que a estabilidade governativa só depende de uma coisa: manter as políticas de reposição de direitos acordadas por PS, BE e PCP nos acordos firmados para viabilizar o Governo.

"Este Governo e a sua política irão tanto mais longe quanto mais atenderem às reivindicações, às aspirações dos trabalhadores e do povo”, afirmou o secretário-geral comunista, assegurando que não será o PCP a pôr em causa a continuidade da solução governativa.

“Não será o PCP que, com certeza, determinará o seu fim, não será o próprio Partido Socialista a determinar o seu fim, o que vai determinar o seu fim ou a sua continuidade é se sim ou não mantém este caminho aberto no quadro da nova solução política de se continuar a repor direitos, a repor salários, a repor aquilo que é da mais elementar justiça”, disse, vaticinando que, o rumo político se mantiver, “o Governo PS durará muito".

Caso António Costa altere o rumo político traçado nos acordos à esquerda, aí sim, Jerónimo acredita que o PS terá culpas na queda do Executivo. “Então a sua responsabilidade é, de facto, grande e determinará o seu fim ou a sua continuidade", analisou.

De resto, o líder do PCP quer que fique bem claro que o que une o seu partido a PS e BE tem que ver com objetivos políticos concretos e não com qualquer aproximação progrmática que confunda as coisas.

"Mantemos a nossa independência política, o que aconteceu foi que o PCP e o PS acordaram numa posição conjunta cujas matérias que essa posição contém definem o grau da divergência e o grau de compromisso, mas nenhum partido abdicou da sua independência e do seu programa", sublinhou Jerónimo de Sousa, lembrando que  "primeiro e principal compromisso" do PCP "continua a ser com os trabalhadores e com o povo".