Processo da bandeira monárquica arquivado

Segundo o próprio confirmou ao SOL, o despacho do MP «analisa todas as possíveis acusações» para deliberar que não foi cometido qualquer delito na madrugada de 10 de Agosto do ano passado

Rodrigo Moita de Deus era o único arguido, e confessa que o grupo com quem substituiu a bandeira teve «bastante cuidado para que não houvesse actividade criminosa», pelo que foi «uma acção bastante estudada nesse sentido». Além do mais, Portugal é um país que tem primado pela «tolerância nestes assuntos», completa.

Um exemplo prende-se com o modo como a bandeira do município foi tratada: «Nunca faríamos qualquer dano, mas houve até o cuidado de a lavar, entregando-a em melhor estado que aquele em que se encontrava».

Foi precisamente no momento da entrega das bandeiras que Rodrigo Moita de Deus e Henrique Burnay foram detidos pela PSP.

Nessa altura, a Câmara de Lisboa explicou em comunicado que durante «algumas horas» a bandeira azul e branca esteve na varanda do edifício, «substituindo indevidamente a bandeira com as armas da cidade».

«Na sequência do incidente, o município de Lisboa tomou medidas no sentido de averiguar as circunstâncias em que este ocorreu, tendo participado o caso às autoridades competente», referia o mesmo documento.

Agora, contactada pelo SOL, fonte oficial da Câmara de Lisboa recusou fazer qualquer comentário sobre o arquivamento.

Com o assunto agora arrumado, Moita de Deus reitera a satisfação por «sensibilizar as pessoas de uma forma educada para a questão».

Quando se assinalam 100 anos sobre a implantação da República, Rodrigo Moita de Deus acredita que algo mudou com a acção: «Os monárquicos estão mais vivos, agitados».

Para a efeméride do próximo mês, já haverá planos: «Menos que preso no 5 de Outubro é um fracasso», diz, ironicamente.

igor.costa@sol.pt