as perspectivas não são de melhoria, tanto para as famílias, como para as empresas. as novas regras de regulação do sistema financeiro internacional vão obrigar os bancos a pôr mais dinheiro de lado, tornando mais escassos os recursos para a concessão de crédito. para os clientes, isso significa que os empréstimos vão continuar a ficar mais caros
desde o colapso da lehman brothers, em setembro de 2008, os spreads no crédito à habitação em portugal quase triplicaram, passando de 0,5% para 1,3%. as empresas passaram a pagar o dobro dessas ‘margens’ aos bancos (de 1,3 para 3%), segundo cálculos do sol com base em dados do banco de portugal.
e o futuro não promete ser melhor. as novas regras de regulação do sistema financeiro, agora aprovadas por 27 países no mundo, deverão vir a pressionar mais os spreads. os bancos irão ficar melhor preparados, mas a reforma não deve conseguir evitar uma nova crise financeira.
nos últimos dois anos, quem contratou novos créditos viu-se ‘obrigado’ a pagar cada vez mais ao banco para conseguir o empréstimo (ver gráfico). no crédito à habitação, a subida em três vezes do spread (margem que acresce ao valor da euribor no cálculo da taxa de juro do empréstimo e que funciona como uma receita do banco) traduz-se numa subida de 50 euros por mês num empréstimo de 100 mil euros a 30 anos, segundo contas do sol. já as empresas que peçam um milhão de euros, pagam agora mais 850 euros por mês do que há dois anos, num crédito a 24 meses.