no último dia a passerelle pertenceu a ricardo dourado, pedro pedro, white tent, nuno baltazar, maria gambina, o polaco convidado lukasz jemiol, vítor e sara lamúrias com aforestdesign – estes últimos no espaço lab apresentaram colecções mais experimentais, mas com conceitos e imagens muito fortes.
da plataforma lab saíram os white tent, que foram ‘promovidos’ à passerelle principal. perderam alguma irreverência com a troca, mas as propostas despojadas, que jogam com os volumes e as texturas, foram de grande rigor.
ainda na passerelle principal ricardo dourado e pedro pedro foram dois momentos a recordar nesta 35ª edição da modalisboa. dourado inspirou-se nos trajes dos rebeldes tuaregues, mas não esqueceu a modernidade cosmopolita num exercício de mezcla de culturas e formas de estar. com materiais que se dividem entre o 100% linho e o 100% seda, e cores como o branco, o areia e o azul do tagelmust, o turbante tuaregue, o designer criou uma colecção para mulheres seguras e poderosas.
já pedro pedro sugeriu um encontro, ocasional, entre o pré-rafaelita william morris e pop artist andy warhol, porque a inspiração é feita de acasos e, muitas vezes, apodera-se do criador sem que este se aperceba. com formas orgânicas, que quase sugerem pétalas de flores, e estampados florais como se de delicadas aguarelas se tratassem, o resultado final não é, no entanto, de uma colecção romântica e frágil, mas de uma mulher segura, sedutora e moderna.
a noite terminou com nuno baltazar – com o tema dido & aeneas teve uma paleta de cores sugestiva, mas em nada mais inovou –, e com o regresso de maria gambina, depois de quase três anos de afastamento. a designer fechou com chave de ouro com a sua colecção inspirada em inês de castro. peças delicadas, cheias de detalhes semi-ocultos e estampados
a modalisboa regressa daqui a seis meses, já naquela que se pretende que seja a sua casa definitiva, o patéo da galé, no terreiro do paço. e amanhã a normalidade regressará ao mercado da ribeira.
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