Fora de jogo

Há muita gente a fazer o mesmo. Em semana de competições europeias de futebol ou em fins-de-semana de jogos grandes do campeonato, na impossibilidade de ligar a televisão, liga-se muitas vezes o computador.

Porque para quem não é assinante da Sport TV, o interesse nestes jogos de transmissão exclusiva passa por uma de duas soluções: tentar convocar mais uns amigos com o isco de os juntar à volta de uma mesa de café enfeitada com cerveja e tremoços ou, precisamente, ficar em casa de olhos pregados ao ecrã do computador.

E isto porque por cada jogo em sinal fechado descobre-se uma série de sites com transmissões não oficiais a pulular pela internet. Um pouco de paciência e rapidamente se encontra a partida a que se quer assistir, nem sempre nas melhores condições, mas lá vai servindo de consolo. Há que ver nisto alguma poesia: as imagens aos soluços acompanham com esmero o desespero de perder golos e jogadas inteiras, presos algures no ciberespaço.

Tudo isto acontece amiúde através de páginas perfeitamente legais, que mais não fazem do que oferecer-nos um cardápio de sites, quase sempre asiáticos (e, portanto, longe de qualquer enquadramento jurídico português). Também as casas de apostas, mediante registo e dinheiro no ‘cavalo certo’ dão acesso às transmissões.

O mais curioso desta opção é que, nos casos em que o sinal é fornecido por utilizadores privados, assiste-se à transmissão, sim, mas também ao zapping desse ser incógnito que faz a partilha, que pode muito bem entediar-se enquanto um jogador se contorce de dores no relvado, ou ficar agarrado a outro canal se a sua série preferida tiver entretanto começado. E nesse caso, apresentam-se novamente duas alternativas: aderimos à série ou voltamos a procurar outro fornecedor.

goncalo.frota@sol.pt