Fuga à A29 cria ‘caos’ com pesados na nacional

A população de Maceda, em Ovar, está preocupada com o aumento de tráfego pesado na EN 109 e a junta de freguesia pediu à Estradas de Portugal uma peritagem à via, onde o «caos» chega a impedir a circulação pedonal.

«O trânsito aumentou significativamente na EN 109 desde que há portagens na A29 e isso nota-se sobretudo com os veículos pesados», afirma Aníbal Moreira, presidente da Junta de Freguesia de Maceda e membro da comissão permanente da Assembleia Municipal de Ovar.

Certas zonas da EN 109 «são muito apertadas e é um caos quando dois camiões se cruzam de um lado e do outro da estrada», continua o autarca. «Mal dá para passarem os dois ao mesmo tempo e, como não sobra espaço para os peões, queremos evitar situações como a que aconteceu há uns anos, quando uma pessoa morreu esmagada contra o muro por um camião que se estava a desviar de um autocarro».

A zona mais preocupante será a da chamada curva de S. Geraldo, onde a circulação se faz por uma ponte sobre o rio. «Há perigo permanente nessa zona», garante Aníbal Moreira, «e nosso receio é que, com o tráfego intenso, possa haver cedência das estruturas».

A Junta de Maceda decidiu por isso requerer uma peritagem às pontes e viadutos da EN 109, tendo sido o pedido encaminhado para o Ministério dos Transportes e Obras Públicas através da Assembleia Municipal de Ovar.

O presidente da Câmara, Manuel Alves de Oliveira, reconhece que a iniciativa mereceu uma «acção conjunta» por parte dos diversos órgãos autárquicos, que vêm reclamando do «trânsito excessivo na EN 109» desde que essa passou a ser a principal alternativa aos veículos pesados que circulavam na A29 antes da introdução de portagens.

«É preciso que a Estradas de Portugal faça a monitorização dos pontos críticos da EN 109», declara o autarca, «e que construa, o mais rapidamente possível, a variante que já está em fase de concurso público para o troço entre a fábrica Salvador Caetano e o nó Feira/Maceda da A29».

Manuel Alves de Oliveira acredita que, com essa nova via, a EN 109 seria devolvida à normalidade. «É que o aumento de trânsito pesado está a afectar sobretudo os centros urbanos de Maceda, Cortegaça e Esmoriz, e a nova variante permitiria libertar a EN 109 para uma utilização mais local».

Contactada pela Lusa, a Estradas de Portugal informou por escrito que, «no âmbito do Sistema de Gestão de Obras de Arte da empresa, são inspeccionadas regularmente todas as estruturas sob a sua jurisdição».

Na medida em que a EN 109 em Ovar faz parte da rede viária da Estradas de Portugal, essa via «é observada de acordo com o planeamento existente», sendo que, no contexto do Contrato de Conservação Corrente, em vigor até 2013, «serão realizados trabalhos de manutenção nas obras de arte inseridas nesse troço».

Lusa / SOL