aqui, como noutros casos, também se trata um bocadinho de uma questão de classes. entre os meus amigos, não vejo essa moda instalar-se. mas reconheço que existe a tendência. estou convencida de que a sua origem está, sobretudo, nas telenovelas brasileiras – pois o brasileiro tem muito esse costume. costume que, provavelmente a partir da televisão, foi aqui adoptado por um certo tipo de pessoas dos subúrbios com educação superior (ou universitária). é, portanto, um vício de estrangeirismo (algumas gramáticas classificavam-no de ‘barbarismo’) que, consoante a nossa educação, tem casos mais ou menos agradáveis (já croissant me parece mais aceitável do que bolo folhado).
mas considero que é mais bonito, e mais simpático ao ouvido, tratar os filhos por isso mesmo: filhos. vá lá: crianças, miúdos, pequenos – talvez gaiatos, como dizem na minha terra (sou alentejana). e seria apropriado deixar os filhotes e as crias nas suas tocas.
acabar com estas modas, assim a golpe de coluna de etiqueta, não me parece fácil. às vezes, basta esperar que a moda passe. outras vezes, temos de nos conformar com novos usos, mesmo que nos repugnem. com a única consolação de que tudo se passa fora de nossas casas.