A educação dos políticos

Vi, na cimeira da NATO, grandes políticos esparramados nas cadeiras, a apertarem a mão com a outra na algibeira ou sentados, beija-mãos no exterior, etc. Não acha que pessoas com cargos de destaque deviam receber um curso de boas maneiras?Paula Gomes d’Oliveira

nas actuais democracias, os políticos espelham a mesma diversidade de educações que as sociedades. no caso da nato, há ainda diferenças de costumes internacionais.

mas não há dúvida de que pessoas em posições de destaque, na política e não só (mundo académico, patrões, trabalhadores, etc.), teriam toda a vantagem em respeitar regras de etiqueta e de sensibilidade que tornariam as relações sociais mais fáceis (e para isso existem as etiquetas ou os protocolos oficiais). já confúcio dizia: «se estivesse estabelecida uma maneira correcta de comportamentos para todas as situações, os choques e tensões humanos ficariam suavizados em benefício de todos». mas, nesta aldeia global de sucessos rápidos, as coisas não são fáceis.

para os governantes, há sempre os serviços do protocolo de estado, prontos a darem indicações, quando haja a humildade de lhas pedirem (se sócrates o tivesse feito, não chamaria ‘eminência’ ao papa). cavaco, por exemplo, quando foi primeiro-ministro, nomeou uma assessora de etiqueta, luísa manoel de vilhena.

o simples bom senso deveria ser suficiente para ninguém cumprimentar outro com uma mão no bolso. já para não beijar mãos de senhoras ao ar livre, não sendo tão óbvio, implica alguma educação.

para a semana, será publicada a coluna psicologia de bolso. envie as suas dúvidas para: cfigueiredo@puzzleducacional.com