promete, ainda, avançar com medidas de estímulo à economia em 2011, reduzindo custos de contexto e administrativos. fica bem ao executivo receber sindicatos e patrões, debatendo hipóteses para pôr o país a crescer. na verdade, é exactamente para isso que servem aquele que elegemos, mas é também exigível que quem nos governa não crie ruído.
e, para mal dos nossos (?) pecados, ruído e entropia é coisa que não tem faltado. o governo ora garante em bruxelas que vai reformar as leis laborais, ora assume em lisboa que vai limitar-se a pôr em prática disposições já previstas. mas, dias depois, explica que sim, que vai mesmo avançar com reformas. este é o mesmo governo que quer promover o investimento estrangeiro, mas que cria diplomas que agravam a tributação de dividendos, assustando os (poucos) que ainda arriscam pôr cá dinheiro.
é também este o governo que, pela voz do seu líder, diz que baixa os salários aos políticos, apesar de considerar a medida demagógica. indexar salários à produtividade é uma boa medida, mas dificilmente sairá do papel. porque se o estado não consegue pôr em prática um sistema de avaliação eficaz, não pode exigi-lo aos privados, que em geral são já bem mais produtivos do que o aparelho público. a reforma de que portugal precisa é, acima de tudo, de mentalidades, a começar pelas dos políticos e a acabar, é certo, nas de muitos empresários. e isso não se faz por decreto. portugal precisa de visão, bom senso e tempo. alguém sabe em que ‘bolsa’ podemos comprar algum destes ‘factores de produção’?