«nós vamos precisar do fmi não por imposição das circunstâncias mas por incapacidade, até agora temo-lo visto, das autoridades, que se tivessem enfrentado a sério as situações poderiam ter evitado a vinda do fmi ou poderão ainda evitar a vinda do fmi», afirmou o economista.
joão césar das neves, que falava à margem da tomada de posse do novo bastonário da ordem dos economistas, rui leão martinho, afirmou ainda que a questão em cima da mesa é a da credibilidade dos decisores, e que uma intervenção do fundo ainda pode ser evitada.
«o problema é se nós vamos finalmente dar com seriedade passos no sentido de resolver a questão, e é possível. não é obrigatório vir cá o fmi, agora o problema é aqueles que andaram tanto tempo a dizer que faziam e nunca fizeram, que estão lá há cinco anos e ainda não fizeram. qual é a credibilidade que têm para finalmente o fazerem? essa é a única questão que se coloca neste momento», disse.
quanto a 2011, o economista da universidade católica diz que vai ser o ano em que a crise se vai começar a sentir realmente e que os portugueses sabem enfrentar alturas de real aperto.
«finalmente vamos todos sentir. até agora foi um bocadinho ao lado. só os desempregados é que sentiam, os outros tinham o salário garantidos, estava tudo bem. a crise falava-se muito mas via-se pouco. agora vai finalmente começar a apertar, os impostos vão subir, os preços vão subir. cada um de nós tem que dar a volta, tem que encontrar novas saídas, e normalmente os portugueses nessa altura fazem-no. o problema é quando estamos anestesiados como estivemos ultimamente», concluiu.
sol/lusa