apanhados no turbilhão da crise internacional, os portugueses viveram iludidos boa parte do ano por um governo que evitou dar más notícias, na esperança de que o mundo não mudasse ao ponto de tornar a nossa fragilidade iniludível. infelizmente, o ano fica marcado por dificuldades que apenas serviram de ensaio ao verdadeiro aperto que virá em 2011. encarar o próximo ano exigirá, por isso, esperança.
e enfrentá–lo, coragem. 2010 foi o ano de todas as lamúrias – muitas delas justas e justificadas. 2011 terá de ser o ano da perseverança.
aos portugueses com trabalho resta fazer tudo por mantê-lo, dando o seu contributo, todos os dias, para o bom desempenho das empresas. aos empresários impõe-se uma gestão criteriosa e honesta, assim como apostar na qualificação dos seus colaboradores.
a roda já foi inventada e não há outra forma de ganhar competitividade que não seja pela qualidade e valor acrescentado. já os desempregados, que hoje são muitos e, infelizmente, amanhã serão mais, terão de acreditar no futuro, por muito que tal possa parecer impossível. o estado deve – com os impostos que famílias e empresas pagam – apostar na sua formação e reconversão. todos juntos, seremos poucos para ultrapassar os desafios que se avizinham.
ainda que seja banal, nunca os votos de ‘saúde e trabalho’ para o ano novo fizeram tanto sentido. a estes juntaríamos outro desejo, menos vulgar para a época, mas mais actual do que nunca: que os políticos nos falem verdade. os que mandam e os que (ainda) não. que venha 2011… e que passe depressa!