Quente&Frio

Quem está ao QUENTE e quem está FRIO. A semana vista por Ricardo David Lopes.

quente

pedro soares dos santos

menos de um ano depois de ter assumido as rédeas da jerónimo martins, pedro soares dos santos tem todas as razões para sorrir. 2010 ficará para a história como o ano em que o grupo foi o campeão da bolsa, reflectindo um desempenho, aqui e na polónia, de fazer inveja a muitos gestores (e políticos) nacionais e internacionais. o grupo prevê este ano continuar a crescer a dois dígitos, apostando sobretudo no promissor mercado polaco, onde se tem antecipado à concorrência. cá dentro, a campanha aqui o aumento do iva não entra promete dar frutos, ajudando o grupo a crescer ainda mais. imparável.

frio

manuel alegre

a sugestão de se suspender a campanha presidencial para fazer diligências para travar o ataque dos mercados aos juros da dívida é das ideias mais peregrinas que já se ouviu sair da boca de um político. manuel alegre até pode ter tido boa vontade ao avançar com a hipótese, mas deu ao adversário cavaco silva a oportunidade de o chamar ignorante. mas o mais grave não foi esta‘ajuda’ ao adversário. alegre revelou desconhecer em absoluto como funciona a cabeça dos investidores. o político-poeta diz que não precisamos de um presidente economista. e precisaremos de um presidente ‘lunático’?

francisco bandeira

afinal, havia outro… salário. depois de, no início de 2009, ter garantido não estar a ser remunerado pelas funções no bpn – o que na altura era verdade –, admite agora receber 63 mil euros por acumular com a cgd. o gestor pode escudar-se no preciosismo de datas, argumentando que a decisão da acumulação foi tomada depois da ida à comissão onde disse, sob juramento, estar de borla no banco nacionalizado. pode parecer demagógico, mas apetece perguntar: quantos salários de quadros do bpn poderiam ser pagos com o que bandeira recebeu?

joão rendeiro

o ‘banqueiro de sucesso’ está de volta, para falar sobre problemas… de bancos. o antigo gestor do bpp lançou um blogue, cujo primeiro post foi um ‘alerta’ à navegação sobre os problemas que o bpi poderá enfrentar. é extraordinária a desfaçatez com que rendeiro fala da casa dos outros, depois de não ter tido mão na sua. é evidente que tem direito à presunção de inocência até prova em contrário, mas dificilmente pode aceitar-se que atire farpas ou lance alertas à gestão alheia, sobretudo se estiver a falar de casos que, até ver, são de sucesso, como o bpi.

ricardo.d.lopes@sol.pt