Quente&Frio

Quem está ao QUENTE e quem está FRIO. A semana vista por Ricardo David Lopes.

quente

carlos madeira

a portway deverá ter tido em 2010 os melhores resultados da sua história, apesar de todos os contratempos que o sector aéreo sofreu. 2011 também promete trazer boas notícias à handling da ana, cujo presidente não se inibe de dizer, em jeito de recado ao poder político, que uma empresa deve viver focada em apresentar lucros e não no corte de custos. a privatização da groundforce, que se adivinha para este ano, pode vir a ser positiva para a empresa, caso a tap e a sata deixem de estar ‘vinculadas’ à handling ainda detida pela companhia gerida por fernando pinto. aguardemos pelas cenas dos próximos capítulos.

durão barroso

o presidente da comissão europeia tem exercido pressão sobre o eixo franco-alemão para aumentar a dotação do fundo de apoio a países em dificuldades, funcionando como fiel de uma balança que tende a deixar os mais fracos à beira de um ataque de nervos. revela assim – como se esperava – bem mais visão e bom senso do que os ‘ricos’, que parecem não estar cientes de que, mais do que as suas economias, pode estar em causa, a prazo, toda a zona euro. é nos momentos de crise que vê a fibra dos líderes e durão mostra estar à altura do momento. houvesse mais líderes assim e talvez a união fosse outra.

bernardo trindade

o turismo em portugal teve em 2010, ao que tudo indica, o melhor ano de sempre, com o número de visitantes e de dormidas, assim como as receitas hoteleiras, a atingirem recordes. são excelentes notícias para um país deprimido e a prova de que, mal ou bem, portugal tem sido promovido de forma acertada no exterior. é consensual que o facto de portugal ainda ser, apesar de tudo, um país barato para muitos europeus também ajuda aos resultados. mas no final do dia o que conta são os números e, neste caso, só há razão para satisfação. os privados podem festejar. e o secretário de estado – e o país – também.

frio

josé sócrates

a emissão de dívida de quarta-feira não foi desastrosa, mas também não foi um grande sucesso. o juro desceu face à última emissão comparável, mas está muito acima de uma semelhante realizada há um ano. a teimosia do governo – sobretudo do primeiro-ministro – tem sido elogiada por contribuir para aliviar os mercados. pode ser que seja verdade. mas, apesar do ‘alívio’, sócrates não evitou ouvir o presidente do banco central europeu apelar à realização de reformas mais profundas e teve de ‘engolir’ a moody’s a alertar que, até ao fim de março, decidirá se corta o rating da república.

ricardo.d.lopes@sol.pt