Quente&Frio

Quem está ao QUENTE e quem está FRIO. A semana vista por Ricardo David Lopes.

quente

zeinal bava

o negócio com a oi abre novos horizontes à pt, que encontra no brasil e na américa latina a dimensão que precisa para crescer e se afirmar entre as pares. a equipa de bava conduziu com sucesso as negociações com os brasileiros, com quem conta, também, para desenvolver a aposta em áfrica, um continente onde o sector das telecoms tem amplo espaço e oportunidades de crescimento. a semana teria sido perfeita para o ceo da pt, não fosse a notícia de que bruxelas está a investigar um alegado pacto de não agressão com a telefónica na península ibérica. entretanto, sobe a pressão para o fim da golden share. mas esse é um problema do estado e não da operadora.

antónio mexia

a edp foi a primeira empresa portuguesa a emitir dívida sindicada este ano, conseguindo um juro inferior ao que tem sido cobrado à república, o que reflecte o rating da eléctrica e a confiança que os mercados nela depositam. apesar de o passivo da empresa estar em níveis que, para muitos, são considerados alarmantes. também o facto de boa parte dos 750 milhões emitidos pela eléctrica gerida por antónio mexia ter sido comprada por alemães é um sinal positivo, numa altura em que o país e as empresas precisam que acreditem na sua capacidade de honrar compromissos.

fernando pinto

a transportadora aérea está a despertar o interesse de investidores internacionais, pelo que, provavelmente, haverá condições para a sua privatização ainda este ano, como o seu ceo tem vindo a defender. a tap tem remado contra ventos e marés e nem sempre o facto de ser uma empresa pública lhe tem trazido benefícios – ou aos seus clientes. fernando pinto e a sua equipa são – em conjunto com tantos trabalhadores da empresa – os responsáveis pelos resultados, mais do que este ou outros governos. 2010 foi um bom ano e 2011 promete também ficar na história.

frio

helena andré

a criação de um fundo para o pagamento de indemnizações a trabalhadores despedidos é uma ideia que, à partida, nada tem de mal. o problema é querer que sejam os privados a sustentá-lo e o estado a decidir quem vai geri–lo, numa altura em que a maior parte das empresas mal tem dinheiro para investir seja no que for. é certo que o contexto é propício à flexibilização do sistema laboral, mas helena andré ficará na história como a ministra que mais reduziu os direitos dos trabalhadores, a quem só falta pedir para serem eles a pagar para que as empresas os ‘eliminem’. nada mau para quem já foi sindicalista.

ricardo.d.lopes@sol.pt