«quem vier para tomar posição no capital da tap deveria estar de alguma maneira ligado à gestão do novo aeroporto e ter um interesse específico, até pela sua localização geográfica, nas vias já abertas pela tap no brasil e em áfrica», afirmou o professor aos jornalistas, à margem da sua intervenção no salão de viagens de negócios, que decorreu hoje em lisboa.
daí que, por exemplo, quanto ao alegado interesse da qatar airways na tap, marcelo sugira que se deva olhar para propostas que se centrem neste ‘pacote’ e não apenas na empresa de transporte aéreo.
«haverá outras hipóteses no mundo que sejam mais abrangentes e que apanhem este pacote. eu preferiria uma hipótese que não fosse apenas comprar o capital da tap, dissociada desta visão geoestratégica», justificou.
o ex-líder do psd considerou ainda que «no início» o estado deve manter uma posição maioritária no capital no grupo de aviação, e manifestou ainda algumas dúvidas sobre se este será o momento ideal para avançar com a privatização da companhia.
«neste momento estamos um bocadinho encostados à parede. mesmo que o primeiro- ministro e o governo digam que temos todo o espaço de manobra para poder negociar, é evidente que temos problemas financeiros para resolver e temos pouco tempo para ponderar uma decisão, sobretudo uma decisão de conjunto, como a que defendo», explicou.
«não gostaria que, de repente, se tomasse uma decisão por estarmos encostados à parede e porque é dali que vêm vantagens em termos de dívida pública ou por ser uma solução imediata», acrescentou.
a tap é uma das empresas públicas incluídas no plano de privatizações do governo. nas últimas semanas têm surgido notícias quanto ao possível interesse de várias companhias áreas em entrar no capital da transportadora portuguesa, entre as quais a qatar airways, a alemã lufthansa e a brasileira gol.
sol