quente
ricardo salgado
os lucros do bes caíram em 2010, como aliás era esperado pelos analistas, mas ainda assim somaram mais do que os do bpi e bcp juntos, mantendo-se acima da fasquia dos 500 milhões de euros, e com a componente internacional a valer quase metade. os resultados foram conhecidos na mesma semana em que o banco anunciou o aumento da sua participação na pt, por motivos estratégicos (reforço do núcleo duro), mas também operacionais (menor exposição ao pagamento de impostos sobre dividendos). é caso para dizer, como no anúncio, que «quem sabe sabe, e o bes… sabe».
santos ferreira
o resultado do bcp ficou muito acima das estimativas dos analistas, num ano em que o banco sofreu fortes danos de imagem (à boleia de armando vara e do caso face oculta) e com o contributo das operações internacionais a quadruplicar face a 2009. santos ferreira pode, portanto, sorrir com o lucro que apresentou ao mercado (e aos accionistas) no início de um ano que se adivinha difícil para o sector. prudente, optou por não distribuir dividendos, de modo a reforçar os capitais próprios da instituição. em final de mandato, o gestor tenta mostrar o que vale para ficar mais três anos à frente da instituição.
josé luis zapatero
o governo espanhol conseguiu fechar um acordo social com patrões e sindicatos que inclui o aumento da idade da reforma e mexidas na lei laboral, numa altura em que os mercados olham atentamente para o país. ao contrário do que é habitual em portugal, pequeno país sem nacionalismos, os espanhóis conseguem geralmente unir–se nos momentos difíceis e em torno dos grandes projectos, o que dá confiança e previsiblidade a investidores e mercados. portugal podia seguir esta via e ser mais unido. os portugueses ganhariam com políticos, empresários e sindicatos focados e empenhados em causas comuns.
… &frio
ferreira de oliveira
a vida não está fácil para ferreira de oliveira que, para além de assistir há semanas a uma ‘guerra aberta’ entre angolanos e amorim pelo controlo da galp, viu o acp denunciar a alegada má qualidade do seu combustível low–cost. como se esperava, a petrolífera contestou a denúncia, alegando desconhecer de que forma tinham sido feitas a recolha e análise de amostras. mas, infelizmente – como tem sido hábito –, a empresa não soube contrapôr com uma comunicação robusta, defendendo-se com as mesmas armas, ou seja, revelando com transparência que componentes (e em que quantidade) estão no combustível. que mal tinha fazê-lo?
ricardo.d.lopes@sol.pt