estamos de costas para a igreja matriz de monsaraz, bem no centro desta vila alentejana tão pitoresca, tão medieval, que ainda se ‘veste’ de xisto. parecemos parados no tempo, a lembrar conquistas antigas aos mouros, entre as muralhas que cercam monsaraz.
à nossa frente, outra fachada caiada de branco, como quase todas, e uma placa que anuncia um turismo rural que, pelo nome, jurávamos pertencer a portugueses. afinal, é de espanhóis. espanhóis que se apaixonaram tanto pela terra que ali quiseram viver para sempre. «foi uma coisa de alma, um sentimento de coração», descreve gilberto, gerente da casa.
a casa do pinto é uma homenagem a portugal, tão bem feita que duvidamos que alguns lusos a fizessem melhor. tem cinco quartos, número curto, mas quanto baste, que ilustram lugares conquistados pelos portugueses durante os descobrimentos.
mombaça é agora um aposento cheio de requintes e detalhes africanos, com uma casa-de-banho toda em pedra, com pormenores em madeira, que convida a viajar durante horas num banho de cascata de água.
chegados a arzila voltamos a demorar-nos na casa-de-banho. aqui, por culpa da torre da sinagoga que ali existiu em tempos e que nos transporta para o céu alentejano, através de um tecto afunilado que parece não ter fim.
partimos depois para a índia, mais precisamente para goa, um mundo cheio de cor, em que não faltam imagens de ganesh. já macau, é feito de vermelhos e dourados. e díli apresenta-se em tons quentes, traços orientais e com uma romântica cama de dossel envolta em tule branco.
acabada a epopeia, ainda subimos ao terraço, recanto simpático e acolhedor que nos oferece as vistas do alqueva. se monsaraz apaixona, a casa do pinto também sabe seduzir….
