O acordo assinado na quarta-feira foi feito à revelia do Accionista – CP – e do Governo. A tutela impôs, no âmbito das medidas de austeridade, cortes salariais nas empresas públicas entre 3,5% e 10%, equivalentes aos da função .
A administração da CP Carga já tinha efectuado os cortes salariais no mês de Janeiro. Contudo, devido a uma ameaça de greve do SMAQ para ontem, a administração da CP Carga cedeu aos pedidos dos trabalhadores.
«A exploração ferroviária de mercadorias tem particularidades intrínsecas pela necessária adequação da oferta à procura, que torna incompatível e absolutamente inadequada a aplicação das regras da contratação do trabalho público referidas», lê-se no acordo efectuado entre o presidente da CP Carga Rocha Soares e o sindicalista António Medeiros, líder do SMAQ.
«A aplicação de ta regime reduziria a capacidade de oferta permanente da empresa entre os 25% e os 30%», justificam ambas as partes.
«A aplicação de tais resulta inevitavelmente, em resultados contrários aos da sua razão de ser, agrava substancialmente o défice de uma empresa de capitais públicos diminuindo a sua actividade, aumenta os custos unitários de produção, gera a prazo mais desemprego e criará um problema sério na competitividade dos portos marítimos nacionais, na malha de empresas que são clientes do sector ferroviário, bem como levaria à suspensão da afirmação internacional da empresa».
Fonte oficial da CP disse ao SOL que «o motivo da substituição foi a quebra da relação de solidariedade» entre a administração da CP e da CP Carga.
O SOL apurou que «a quebra de confiança» se deu porque a CP Carga, detida pela CP, efectuou o acordo sem nunca consultar o presidente da CP, José Benoliel.
Cosulte aqui o acordo CP Carga/SMAQ