Quente&Frio

Quem está ao QUENTE e quem está FRIO. A semana vista por Ricardo David Lopes.

quente…

pais do amaral

o antigo homem-forte da media capital está de volta à empresa que detém a tvi, investindo cerca de 35 milhões de euros para comprar uma posição de 10%, que poderá aproximar-se dos 30% no próximo ano. miguel pais do amaral foi um dos ‘culpados’ do sucesso da estação de queluz, regressando pela mesma porta – a ‘grande’ – por onde saiu. encontra uma estação diferente, com uma informação um pouco menos agressiva. o mercado – e os espectadores – aguardam com expectativa pelas mudanças que vai introduzir.

marques dos santos

o banif vai entrar dia 21 de março para o principal índice da bolsa portuguesa, destronando a inapa e juntando-se aos seus concorrentes bes, bcp e bpi. é uma boa notícia para o banco fundado pelo já falecido horácio roque (que muito gostaria de ter assistido à estreia em bolsa), porque muitos investidores definem os seus investimentos em função do desempenho nos índices. a gestão de marques dos santos terá na entrada no psi-20 um importante desafio, numa altura em que a banca está sob pressão dos mercados.

antónio rios amorim

depois da tempestade, vem a bonança, diz o ditado, que se aplica à corticeira portuguesa. a corticeira amorim levou a cabo, no passado recente, um doloroso processo de redução de pessoal, adaptando-se à crise a que nem a cortiça escapou, mas em 2010 viu os lucros subirem mais de 300% e ultrapassou a marca dos três milhões de rolhas vendidas. antónio rios amorim tem, por isso, razões para sorrir, à frente dos destinos de uma das mais internacionalizadas empresas portuguesas e das que mais ‘vende’ lá fora a ‘marca’ portugal.

…frio

ana maria fernandes

o ‘braço armado’ da edp para as renováveis viu os lucros caírem acentuadamente em 2010, penalizada sobretudo pelo clima financeiro que afecta todas as empresas que precisam de dívida para investir, como é o caso. mas a pior notícia é a não distribuição de dividendos aos accionistas, ao contrário do que estava previsto – ainda que com reservas – no prospecto do ipo, em 2008. é cautelosa e salutar a decisão de reter lucros para investir e a gestora merece, por isso, um ‘elogio’ do mercado. mas a não satisfação de expectativas legítimas dos investidores é uma má notícia. melhores dias virão.

ricardo.d.lopes@sol.pt