quantas pessoas trabalham em centros comerciais?
em 2009, estimávamos uma empregabilidade de 92 mil pessoas e, indirectamente, mais de 200 mil. no fim de 2010, os postos de trabalho directos já ultrapassavam os cem mil. não há queda no emprego do comércio em centros comerciais, mesmo considerando a conjuntura, pois o horário é alargado e tem que haver funcionários. aliás, vemos frequentemente papéis nas montras a pedir empregados. a grande dificuldade é contratar.
como se explica isso, tendo em conta o desemprego?
o português não quer fazer determinadas actividades. não gosta de trabalhar atrás de um balcão. acha que é desprestigiante. vê-se que quem faz estas actividades são, sobretudo, estrangeiros. quando o amoreiras abriu (1985), não havia um estrangeiro atrás de balcões. agora, a dificuldade é encontrar um português.
não tem a ver com os salários?
acredito que sim. mas então, seria mais difícil a um estrangeiro manter-se, porque tem que comprar tudo, do que a um português, que não tem de pagar casa, ou está em casa dos pais e mais facilmente trabalhava por esse dito, pouco dinheiro. hoje, esse pouco dinheiro é relativo. funciona o mercado da oferta e da procura. com os portugueses, muitas vezes vemos que chega a maio e vão trabalhar num shopping, com contrato de seis meses. chega o fim de junho e dizem que não querem continuar. foram trabalhar para juntar dinheiro para as férias. nessa altura, muito comércio anda aflito, porque muito pessoal foi embora.
os vínculos são precários?
há de tudo. hoje não há nenhuma actividade em que se contrate alguém e fique logo nos quadros. diria que os contratos iniciais, para as lojas, são todos a prazo. mas muitos chegam ao fim e as pessoas passam a efectivas. e, se há muita gente que ganha o salário mínimo, há muitos que recebem muito mais.
quanto é o salário médio?
não sabemos, porque não somos uma associação patronal. mas depende do tipo de negócio e da sua especialização.
qual o índice de rotatividade?
a rotatividade é muito grande, pela própria forma como o empregado encara a actividade. o que se verifica é que as pessoas não vão trabalhar para o comércio com ideia de fazer carreira. os portugueses deixaram de querer trabalhar em determinado tipo de actividade em portugal, seja no comércio, seja noutras.