Quente&Frio

Quem está ao QUENTE e quem está FRIO. A semana vista por Ricardo David Lopes.

quente…

cavaco silva

o discurso da tomada de posse apontou caminhos para o futuro da economia, onde o estado deve estar menos presente e o mérito sobrepor-se ao ‘amiguismo’. é positivo que o pr dê este sinal e que apele – ainda que de um modo algo demagógico – à consciência dos jovens, que não devem conformar-se. cavaco mostrou que está cá para cooperar, o que deve aliviar o governo e, sobretudo, o país. mas não lhe ficava mal ter aludido à crise internacional, pois os problemas do país não são, objectivamente, da responsabilidade exclusiva do executivo.

zeinal bava

depois de ter sido eleito pelos analistas como melhor ceo da europa no sector das telecoms, o líder da pt foi consagrado esta semana como melhor gestor do sector, por analistas e investidores. o ano não podia começar melhor para bava, após um 2010 agitado pela venda da vivo e, sobretudo, pelo face oculta/caso tvi, que atingiu um dos quadros de topo do grupo e, por ‘arrasto’, a imagem da pt. é na gestão que zeinal deve concentrar-se e tem provas dadas de que consegue levar a pt cada vez para ‘mais perto do que é importante’: a afirmação internacional.

rui cartaxo

a ren foi distinguida pelos world finance awards como melhor empresa portuguesa da década (2001-2010), o que é motivo de orgulho para quem fez dela o que é para quem quem está a prepará-la para o futuro. a ren foi atingida pelo caso do sucateiro mais famoso do país, sofrendo com isso graves danos de imagem – e na gestão, ontem ‘decapitada’. é altura de olhar para o futuro e prosseguir a modernização, quando é sabido que mais privados vão, em breve, entrar no capital. rui cartaxo prometeu, ao sol, tirar a ren da «idade das trevas». que venha a luz é que se pede para a gestora das redes de alta tensão.

…frio

josé sócrates

o primeiro-ministro continua a confundir um eventual pedido de ajuda externa com o conceito de dignidade, o que, como se escreveu há uma semana no resultado líquido, insulta os povos dos países que, por uma razão ou por outra, já recorreram ao fundo fmi/ue. pedir ajuda não é, repete-se, um pecado. pecado é ser arrogante ou dar o dito por não dito, porque «o mundo mudou». cá estaremos para ver como vai sócrates justificar-se aos portugueses quando – e se – for obrigado a estender a mão. será que vai dizer que a terra decidiu girar ao contrário?

ricardo.d.lopes@sol.pt