Quente&Frio

Quem está ao QUENTE e quem está FRIO. A semana vista por Ricardo David Lopes.

quente…

guilherme costa

a rtp chegou aos lucros em 2010, quebrando um jejum de 19 anos. é certo que esta seria uma missão impossível sem os 230 milhões que recebeu de indemnização compensatória e de contribuição audiovisual. mas a verdade é que estas verbas sempre entraram na empresa, que mesmo assim dava prejuízo. o presidente da rtp reduziu custos e equilibrou as contas, dando um exemplo a outros gestores públicos. mas sobretudo dá razão a quem defende que vale a pena pagar um serviço público economicamente equilibrado.

marques dos santos

o banif estreou-se em grande no psi-20, chegando a liderar as subidas na sessão de segunda-feira. o desempenho do título pode ser visto como ‘sorte de principiante’ – até porque sofreu perdas nas sessões posteriores –, mas mal seria se no arranque da negociação o mercado lhe virasse as ‘costas’. com a entrada no índice, o banco fundado por horácio roque junta-se ao ‘clube dos cotados’, integrando outro campeonato de exigência que contribuirá para melhorar a sua actividade.

passos coelho

a tomada de posição do psd relativamente ao pec iv – e, sobretudo, à forma como o governo o ‘cozinhou’ nas costas dos portugueses e das instituições democráticas – forçou o que era inevitável a prazo, ou seja, o fim da fantochada em que se tornou a vida política (e, sobretudo, orçamental) do país. o líder do psd tem agora pela frente o desafio da sua vida, o que inclui a oportunidade de falar a verdade, como sempre exigiu ao chefe de governo. é altura de os portugueses saberem para onde vão, pois só há uma forma de encarar os maus momentos: de frente e sem analgésicos.

josé sócrates

o primeiro-ministro perdeu a face ao negociar um pacote de austeridade com a ue sem dar cavaco a ninguém em portugal e teve o que merecia: foi forçado a demitir-se por toda a oposição democrática. josé sócrates não teve coragem de abrir o jogo ao país, a braços com uma situação orçamental absolutamente trágica, e atira agora para cima de terceiros o ónus de um eventual pedido de ajuda externa. não foi a oposição que levou portugal ao ponto em que está e, sobretudo, não foi a oposição que ‘martelou’ contas para inglês ver.

ricardo.d.lopes@sol.pt