o argumento foi esta quarta-feira exposto pelo ministro augusto santos silva ao secretário da defesa norte-americano, robert gates, num encontro entre delegações dos dois países no pentágono, em washington dc, e colheu apoio norte-americano.
«foi um dos pontos que tive ocasião de transmitir (…) sem que tivesse sido contrariado, pelo contrário fui apoiado nesse ponto», disse augusto santos silva após o encontro.
«o que se passa hoje no norte de áfrica e no mundo árabe reforça, do meu ponto de vista, a importância que a nato deve dar a questões geoestratégicas e políticas na decisão sobre a sua localização geográfica», disse.
«sem querer comprometer os meus interlocutores, o que disse foi que os acontecimentos que vivemos só reforçam os argumentos que portugal tem apresentado a favor da manutenção de um comando nato em portugal», adiantou o ministro.
espera-se que a decisão sobre o estatuto do comando de oeiras seja tomada até junho, no âmbito da reforma da restante estrutura, reforma das agências e localização.
o secretário-geral da nato deverá em breve começar a elaborar a proposta a apresentar aos aliados.
«somos a favor da reforma da estrutura de comandos, que se reorganize de forma mais eficiente, mais económica e racional, e entendemos que no quadro dessa reforma o papel de um comando nato no território português pode ser reforçado, não só é necessário», disse santos silva.
«o comando de lisboa organiza-se de forma muito racional, flexível, virado para uma lógica de projecção de forças, de que precisamos na gestão de crises de segurança e esse papel pode ser reforçado», adiantou.
a decisão terá em conta a recomendação militar, considerações políticas, de custos e de geografia.
para o ministro, «continuam a ser recebidos» das autoridades norte-americanas «sinais de que compreendem plenamente os fundamentos da posição portuguesa, além da boa fé, espírito construtivo e aberto» de lisboa nas negociações.
«vou daqui tão ou mais confiante do que quando entrei», adiantou.
robert gates e santos silva passaram em revista ainda os temas principais da agenda política e de segurança e internacional, nomeadamente o afeganistão, onde portugal está a participar na formação das forças de segurança afegãs, esforço que colhe «apreço dos estados unidos», até pelas «condições financeiras muito difíceis» em que é feito.
sobre a líbia, washington manifestou «compreensão» pela posição portuguesa de disponibilidade para participar em operações de natureza humanitária «se e quando forem necessárias» e na fiscalização do cumprimento do embargo de armas.
os estados unidos, disse, «vêem com muita atenção o papel de portugal na capacidade de relacionamento com áfrica», disse santos silva.
sol/lusa
